Reportagem Samira Bomfim, direto da Califórnia
Foto Monte Massey
Uma das musas do Jiu-Jitsu trocou o
quimono pelos ternos de árbitro, no Mundial realizado na Califórnia. A
faixa-preta Hillary Williams foi convidada para ser a primeira mulher a
arbitrar nas lutas.
“Realmente foi inesperado. Estava
aqui para trabalhar nos três primeiros dias. O Álvaro e o André falaram
comigo e eles queriam que uma mulher fosse (árbitra) aqui pela primeira
vez. É uma honra, então estou aqui”, disse, em entrevista à TATAME.
Após o convite, Hillary, mesmo
afirmando estar preparada para o desafio, admitiu sentir um nervosismo
diferente, já que agora atuou em uma área que não estava acostumada.
“Estou muito nervosa (risos). Mas
eu também sei que os meus colegas de trabalho me ajudam demais, me dão
muita força e me treinaram bem. Sei que eu estudei, então vamos nessa
(risos)”.
A faixa-preta trabalhou nos três
dias de evento e fez um saldo positivo do torneio e da sua atuação.
“Realmente, o Mundial é complicado. Muita pressão por eu ser a única
mulher. Não é do tipo “ah, alguém me roubou” ou “aquele menino fez
alguma coisa comigo”, é sempre a mulher. Mas foi tranquilo. O primeiro
dia foi pra pegar o ritmo de novo. Ontem, na faixa preta, eu me senti
muito bem, então estou me sentindo bem hoje também”.
Antes do Mundial, Hillary havia
afirmado que não ia disputar o campeonato. Isso porque a lutadora agora
começou a estudar medicina.
“Eu comecei a prática da medicina
ano passado, então as aulas estão muito puxadas. Estudo entre oito e 12
horas por dias. Eu achei que era melhor deixar de lado esse ano, deixar
as meninas que realmente levam o esporte como profissão. Estou gostando
de fazer a minha parte. É um jeito de estar envolvida e espero fazer
decisões justas para as atletas para além de filiações e de onde eles
vêm”.
Vendo de fora as competições, Hillary destacou algumas lutadores, inclusive revelando torcer para uma delas.
“Várias me impressionaram. Eu sou
muito fã da Luiza Monteiro. Ela tirou onda ontem. Gosto muito da Bia
também. Obviamente, eu estou sempre torcendo para a Letícia Ribeiro
porque ela é uma lenda no esporte feminino. Vamos ver como elas vão
hoje”.
Quebrando tabus após ser a primeira mulher a arbitrar lutas, a musa do Jiu-Jitsu espera ver mais meninas na carreira.
“Chame as meninas (risos)! Quero
mais meninas aqui. Acredito muito que mulheres conseguem focar em várias
coisas ao mesmo tempo. Nós somos boas árbitras, só que é a pressão. O
esporte é machista, então você precisa ser uma mulher que aguenta. Tenho
certeza de que há mulheres fortes aí”.
Sobre quais lutas gostaria de arbitrar e as que não iria querer, Hillary foi direta.
“Poxa, quero assistir todas
as lutas. Vamos ver. A luta acontece diferente cada vez, então com
certeza vai ter alguma muito legal”, afirmou.
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