segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MAIS UM POTIGUAR BRILHANDO NO UFC DESTA VEZ É RONNY MARKES


Peso médio da Kimura Nova União, Ronny Markes aceitou subir de categoria para estrear no UFC, e não teve muito trabalho para vencer o tcheco Karlos Vemola, mais experiente na modalidade. Apesar da base de wrestling do oponente, o lutador potiguar dominou os 15 minutos de luta com boas quedas, chegando a posições de vantagem no chão em diversos momentos, mas não conseguiu finalizar a luta. Ao final da peleja, vitória brasileira por unanimidade. O “UFC on Versus 5” foi disputad em Wisconsin, Estados Unidos, neste domingo (14).

Conheça mais sobre Ronny Markes
Ronny Markes, que fez sua estreia no octógono contra o forte tcheco Karlos Vemola, tem 23 anos e passou pelas mesmas dificuldades que todos os homens tentando ser atletas passam antes do profissionalismo completo - mas uma experiência ele não teve, uma vez que sua primeira luta de MMA não foi em casa, como seus conterrâneos pioneiros. Em vez disso, ele lutou fora do Brasil.

"O MMA era algo que eu queria, e antes da minha primeira luta de MMA eu não tinha grana. Eventos de Jiu-jitsu e Submission não têm premiação alta, então eu trabalhava como segurança em uma boate por volta de 2006, enquanto ainda era um lutador amador", disse ele. "Eu conheci um grupo de turistas espanhóis que estavam visitando a cidade. Eles foram até a boate que eu trabalhava, e como tinham uma academia em Madrid, me fizeram o convite e foi o começo para mim".

A Espanha não é conhecida ainda como a Meca do MMA, mas, para Ronny, essa era uma oportunidade de ouro para ganhar dinheiro ensinando a arte suave, enquanto aprendia a cultura do Velho Continente. Chegando a Espanha, o potiguar encontrou os compatriotas Fabricio "Vai Cavalo" Werdum (ex-lutador do UFC) e seu irmão Felipe, e a saga de Ronny teve início. Naquela época, o natalense de 19 anos ainda não estava programado para fazer nenhum combate de MMA, no entanto, as portas se abriram para ele quando um aluno de Werdum não pôde lutar e Ronny estava no lugar certo e no momento certo.

"Eu me lembro das palavras do Felipe: ‘Hey garoto, você tem coragem de lutar?’ Era minha chance de mostrar o jiu-jitsu que desenvolvi na Kimura/Nova União e aceitei sem hesitar", lembra. "Enfrentei um francês com cinco lutas, e graças a Deus venci".

A luta de 2007 na Europa foi o início da viagem no MMA para o jovem potiguar. Aquele mesmo garoto que não pôde começar no jiu-jitsu quando era mais jovem, porque mesmo seu tio sendo praticante e Ronny o admirando muito por isso, seus pais não gostavam da idéia de ver a alegria da família treinando, então ele só teve seu primeiro contato com os tatames por volta dos 15 anos de idade com o professor Iranilson.

A fama da academia Kimura/Nova União atraiu a atenção de Ronny, e ele queria treinar com eles. Mas o principal obstáculo para o menino era a mensalidade das aulas de jiu-jitsu. Ou ele pagava as passagens de ida e volta de ônibus, ou pagava a academia. Fazer ambos era uma missão impossível.

"Jair Lourenço (membro fundador da Kimura/Nova União) me deu permissão para treinar de graça, e sou muito grato a ele. Ele só me pediu dedicação nos treinos".

O vice-campeonato Brasileiro de Jiu-jitsu, as várias vezes campeão do estado do Rio Grande do Norte e os títulos em competições de submission (conquistando peso e absoluto) mostraram que a confiança de Jair, e nesse tempo com o apoio dos pais, foram partes integrantes na construção de um forte competidor.

Mas os cascas-grossas mostram quem são de verdade quando estão em situações difíceis, e quando Ronny estava de volta ao Brasil a fim de resolver sua documentação trabalhista na Espanha, ele rompeu os ligamentos do joelho direito em um treino e seu mundo desmoronou. O revés não só interrompeu o seu futuro, mas colocou o homem em xeque.

Imaginando como seria para conseguir fazer a cirurgia, Ronny viveu um inferno por cerca de um ano e meio. Mas no grupo de amigos espanhóis que lhe deram a chance de mudar para a Europa, estava Carlos Copado, que pagou a cirurgia para o brasileiro manter a promissora carreira.

"Copado é um fã de luta que não esqueceu um amigo quando eu precisei dele", conta. "Ele apoiou meus companheiros de equipe também, como Renan Barão (peso galo do UFC). Copado sempre disse que eu poderia estar com os melhores. Pagar minha cirurgia foi muito importante, no entanto a motivação que ele me passou foi realmente o que me fez renascer".

Empolgado para voltar à ação depois de mais de 400 dias afastado, era um enorme desafio para Ronny. Relutante, mas determinado, ele retornou com uma fácil vitória por finalização - superando o nervosismo de sua reestreia. Derrubando um após o outro, Ronny compilou um admirável recorde de 10-1. A derrota, quando foi finalizado no ano passado, aconteceu no que ele diz ter sido a noite de seu oponente, não tirando os méritos do adversário.

Jovens competidores aprendem com as derrotas, e Ronny aprendeu, mas, na realidade, sua última luta antes de ingressar no UFC foi a que realmente mostrou o que é ganhar maturidade, uma vez que ele prevaleceu na velha situação de "espantar fantasmas". Uma melhor explicação? Para um homem que espelhou seu estilo nos de Ricardo Arona e Paulo Filho no Pride, estar diante do segundo em uma luta no Brasil era algo que ele nunca imaginou. Mas a hora tinha chegado.

"Eu encarei (fã enfrentando ídolo) profissionalmente, porque sabemos quer para ser ‘o cara’, você precisa vencer ‘o cara’", falou sobre sua luta contra o ex-campeão dos médios do WEC. "Eu dominei completamente o primeiro assalto, apliquei até um knockdown, e imaginei que ele voltaria mal para o segundo (risos). Ele veio mais forte".

Paulão trabalhou sua capacidade natural no wrestling, conectada com seu super judô e um jiu-jitsu excelente para levar para baixo e dar o troco. E sob uma chuva de pedras, Ronny teve a lição que precisa para ser bem sucedido no UFC. Ouvir o corner.

"Ele me bateu muito", diz Ronny. "Mas pude ouvir bem meus corners, e eles me orientaram para manter a calma e passar pela dureza que foi aquela sessão de ataques no segundo assalto para brilhar no terceiro e vencer por decisão unânime".

Após o embate, que mudou sua vida, ele está indo para lutas ainda mais importantes. Participando de um grande show como o UFC, Ronny está colocando seu nome entre os melhores do planeta.

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