Reportagem Guilherme Cruz
Foto Eduardo Ferreira
Após
dois anos, Pedro Rizzo está perto de voltar a lutar. Às voltas com
lesões, o brasileiro, que teve que cancelar dois combates recentemente,
terá Fedor Emelianenko pela frente, no dia 21 de junho, na Rússia. O
duelo contra o “Último Imperador” é um desejo antigo do brasileiro, que
jamais o enfrentou.
Recuperado
fisicamente e em preparação para o duelo, Pedro Rizzo afirmou, em
entrevista à TATAME, que está tão focado na sonhada luta que não quer
saber se ela será seu passaporte de retorno ao UFC.
“Acho
que o UFC agora ficou até pequeno. O meu sonho agora é vencer essa
luta, que tem uma importância enorme para a minha carreira e para a
minha vontade de competidor. Não penso que, se eu vencê-lo, vou lutar no
UFC. Tenho duas lutas agora, então depois dele eu tenho outra luta
ainda, mas eu tenho que passar por ele. Estou tão feliz com essa luta do
Fedor que nem estou pensando no UFC, só estou pensando nessa luta”.
Confira abaixo a entrevista completa com o lutador:
Como está a expectativa para enfrentar o Fedor?
Estou
treinando normal, motivado. Treinamento de luta é sempre motivante,
ainda mais com o Fedor, que é um cara que eu sempre quis lutar. Por
motivos vários não nos enfrentamos esses anos todos. Ou eu perdi luta
antes de chegar a ele quando estava no caminho, ou talvez estávamos em
eventos diferentes. Nas vezes que eu estive no mesmo evento foi no
Affliction, perdi para o Josh (Barnett), perdi no Pride. Quando eu
estava bem, eu estava no UFC e ele estava no Pride, então nunca tive
essa chance de lutar. Sempre quis fazer essa luta. Vou lutar com um cara
que eu sempre assisti as lutas, sempre me imaginei lutando com ele e
finalmente chegou o dia.
Você
sempre quis essa luta, mas acabou chegando numa fase que o Fedor não
está tão bem ranqueado como antigamente. Ele vem de duas vitórias, mas
ficou com aquela marca de três derrotas consecutivas no Strikeforce.
Lamenta ter demorado tanto?
Não.
O mundo da luta é esse. Eu já estive em um momento melhor e ele já
esteve em um momento melhor. Para mim, ele é o mesmo lutador do Pride.
As pessoas falam que ele está decadente, mas eu discordo. Eu acho que
luta em alto nível é isso mesmo. O cara está lutando há muito tempo.
Chega uma hora que perde. Eu acho que a única coisa que talvez tenha
mudado na cabeça do Fedor é que o psicológico ajuda muito. Quando você é
campeão, está ganhando de todo mundo, acha que vai ganhar sempre. Isso é
60, 70% da luta. É a confiança. Quando ele teve a primeira derrota para
o Fabrício (Werdum), a confiança se quebrou. Depois perdeu para o Pezão
e para o Dan Henderson. É um cara dificílimo, uma luta duríssima e eu
acho que vai ser um grande combate, porque do mesmo jeito que ele não
quer decepcionar, eu também não quero.
Você teve que cancelar a última luta por um problema no cotovelo. Como foi essa recuperação?
Operei
em novembro, então a expectativa era estar 100% agora, e foi o que
aconteceu. Agora estou treinando 100%. Estou aproveitando o treinamento
do Glover Teixeira para treinar forte. Alguns atletas vão vir me ajudar
aqui, fazer parte do meu camping. Depois do Glover, vou para o Marco
Ruas, depois o Glover Teixeira vai comigo. Além dos lutadores da
Holanda, vão ter alguns wrestlers me ajudando. Vou fazer as minhas
últimas três semanas do meu camp na Holanda, que é pertinho. Duas, três
horas de voo para São Petersburgo.
Quais lições você tira dessas derrotas dele no Strikeforce?
Hoje
em dia todo mundo se conhece. Não existe mais segredo entre um lutador e
outro. O Fedor ficou dez anos lutando invicto, todo mundo já viu o
jeito que ele luta. Penso em fazer o meu jogo, só que hoje em dia todo
mundo está bom em tudo. O Fedor é um cara que tem boas quedas de Judô,
que melhorou muito a trocação, está na Holanda direto treinando. Vou
fazer o final do meu camp lá. É difícil de você falar de um cara
completo como o Fedor, apontar um ponto fraco. Você tem lutar e ver o
que acontece. Eu tenho minha estratégia, quero mantê-la em segredo.
Tenho meu jeito de lutar, coisas que eu já vi que funcionam com ele e
vou treinar em cima do que eu acho que é para tentar sair vitorioso. Ele
vai treinar em cima do que acha que eu erro também.
Há um tempo, você falava em um possível retorno ao UFC. Em caso de vitória, acredita que ficará mais perto dessa possibilidade?
Sinceramente, estou feliz de lutar com o Fedor,
porque é um desafio lutar com ele, ainda mais na Rússia. Vai ser uma
loucura, mas eu acho que essa loucura se divide em pressão. Dentro do
ringue sou eu e ele. Acho que o UFC agora ficou até pequeno. O meu sonho
agora é vencer essa luta, que tem uma importância enorme para a minha
carreira e para a minha vontade de competidor. Realmente, agora não
estou pensando nisso. Não penso que, se eu vencê-lo, vou lutar no UFC.
Tenho duas lutas agora, então depois dele eu tenho outra luta ainda, mas
eu tenho que passar por ele. Estou tão feliz com essa luta do Fedor que
nem estou pensando no UFC, só estou pensando nessa luta.
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