Coluna MMA Por Dentro da Arena publicada a cada 15 dias sempre às quartas-feiras no Jornal O Globo:
Anderson Silva não bateu de frente com o patrão Dana White, mas bateu de lado. O poderoso-chefão do UFC demorou 1h15 minutos para convencê-lo a lutar contra Chael Sonnen em Las Vegas em vez do Rio de Janeiro. Esse foi o motivo do atraso na coletiva de imprensa promovida ontem em um hotel da Barra da Tijuca.
A conversa foi calorosa. No início Anderson bateu o pé no chão e se recusou a trocar o local da revanche do século. Anos atrás o brasileiro detentor do cinturão dos médios (84kg) derrotou Sonnen em um combate épico. O novo confronto entre eles estava programado para o estádio do Engenhão, no Rio. Com lotação máxima de 70 mil pessoas seria o show de maior público na história do UFC. Mas como a data da luta coincidiria com grandes eventos internacionais que acontecem no Rio, Dana White alegou que a cidade não teria estrutura para comportar o UFC. Faltariam hotéis. - disse.
O campeão estava frustrado e insistiu em lutar no Brasil. Anderson falou a Dana que Sonnen tinha sido desrespeitoso com ele, com a família dele e com todos os brasileiros. “Ele merece levar um lição aqui, devo isso ao meu povo”, repetia. Mas Dana estava irredutível. “Se não tem mais como acontecer o evento num grande estádio então que seja em Las Vegas”, dizia o dono do UFC.
Dana explicou que Las Vegas é uma cidade que tem estrutura para promover o UFC de um dia para o outro. A capital das apostas e das lutas é lá, comentou o chefão. Ele lembrou o apelo que esse confronto terá por ser nos Estados Unidos na semana de comemorações da independência do país. Falou do potencial de vendas que isso ia gerar. Por fim, Dana garantiu uma boa porcentagem nas vendas do evento pelo sistema pay-per-view para Anderson.
Depois de muito vai e volta, Anderson, enfim, se virou para Dana e perguntou: “Ta bom, Dana, então me diz o que você quer de mim?”. Dana respondeu: “Quero que você vá a Las Vegas e se desempenhe bem, faça uma grande luta”. Foi quando o campeão aceitou a missão e afirmou sem hesitar: “Se tem que ser assim, eu vou bater nesse cara em qualquer lugar, ele merece uma lição”.
Dana ficou animado com o “sim” de Anderson. Disse que ele é o “projeto de embaixador do UFC no Brasil”. E ainda voltou a chamar o brasileiro de “maior lutador já fabricado no MMA”. “Todos falam hoje em dia de Jon Jones, mas para mim você é disparado o melhor”, disse sorridente o dono do UFC.
Anderson agora culpa a empresa de Eike Batista por não ter organizado de maneira eficiente o que seria o UFC Rio 3. A IMX do empresário bilionário é parceira do UFC e promove as lutas dessa liga de MMA por aqui. Anderson acha que eles não entenderam o tamanho do UFC e não tiveram competência para organizar o evento.
Os empresários de Anderson estão frustrados com a transferência do combate para os Estados Unidos, mas eles reconhecem que isso pode ser “um bom negócio”. As vendas em pay-per-view prometem bater ou se aproximar dos recordes. E sem a recusa de Anderson em lutar em Las Vegas o campeão ganha mais pontos com o UFC.
Duas semanas atrás o agente mais próximo de Anderson e um dos mais antigos do circuito de MMA, o Jorge Guimarães, conhecido como Joinha, se reuniu com os donos majoritários do UFC, os irmãos Frank e Lorenzo Fertitta. Ouviu deles planos para investir em academias no Brasil com a marca Anderson Silva/UFC. O evento reconhece em Anderson o maior de todos os tempos e quer usar a imagem dele mesmo quando ele se aposentar.
“Anderson sabe que essa parceria com o UFC vale para a vida toda”, me disse Joinha. Não tem motivos para entrar em fricção com o evento, por isso aceitamos lutar em Las Vegas”, completou. “A gente não bate de frente com o UFC, bate de lado, afinal, no fim das contas, Anderson é funcionário deles”, concluiu.
O duelo poderia ter sido mantido no Brasil, mas aí seria num local com uma capacidade de público bem menor do que a de um estádio de futebol. “Uma luta dessa magnitude tem que ser num lugar grandioso e Las Vegas é um bom lugar”, ouvi de Joinha.
O evento do UFC no Brasil antes programado para o dia 23 de junho no Rio agora deve acontecer em Belo Horizonte ou Brasília. O duelo entre Vitor Belfort vs Wanderlei Silva pode ser elevado ao posto de principal da noite. A não ser, o que é provável, que escalem uma defesa de cinturão do campeão dos penas José Aldo nesse UFC. A conferir!
Acompanhem no blog as cenas dos próximos capítulos da novela do UFC no Brasil.
http://oglobo.globo....-eua-441892.asp
Anderson Silva não bateu de frente com o patrão Dana White, mas bateu de lado. O poderoso-chefão do UFC demorou 1h15 minutos para convencê-lo a lutar contra Chael Sonnen em Las Vegas em vez do Rio de Janeiro. Esse foi o motivo do atraso na coletiva de imprensa promovida ontem em um hotel da Barra da Tijuca.
A conversa foi calorosa. No início Anderson bateu o pé no chão e se recusou a trocar o local da revanche do século. Anos atrás o brasileiro detentor do cinturão dos médios (84kg) derrotou Sonnen em um combate épico. O novo confronto entre eles estava programado para o estádio do Engenhão, no Rio. Com lotação máxima de 70 mil pessoas seria o show de maior público na história do UFC. Mas como a data da luta coincidiria com grandes eventos internacionais que acontecem no Rio, Dana White alegou que a cidade não teria estrutura para comportar o UFC. Faltariam hotéis. - disse.
O campeão estava frustrado e insistiu em lutar no Brasil. Anderson falou a Dana que Sonnen tinha sido desrespeitoso com ele, com a família dele e com todos os brasileiros. “Ele merece levar um lição aqui, devo isso ao meu povo”, repetia. Mas Dana estava irredutível. “Se não tem mais como acontecer o evento num grande estádio então que seja em Las Vegas”, dizia o dono do UFC.
Dana explicou que Las Vegas é uma cidade que tem estrutura para promover o UFC de um dia para o outro. A capital das apostas e das lutas é lá, comentou o chefão. Ele lembrou o apelo que esse confronto terá por ser nos Estados Unidos na semana de comemorações da independência do país. Falou do potencial de vendas que isso ia gerar. Por fim, Dana garantiu uma boa porcentagem nas vendas do evento pelo sistema pay-per-view para Anderson.
Depois de muito vai e volta, Anderson, enfim, se virou para Dana e perguntou: “Ta bom, Dana, então me diz o que você quer de mim?”. Dana respondeu: “Quero que você vá a Las Vegas e se desempenhe bem, faça uma grande luta”. Foi quando o campeão aceitou a missão e afirmou sem hesitar: “Se tem que ser assim, eu vou bater nesse cara em qualquer lugar, ele merece uma lição”.
Dana ficou animado com o “sim” de Anderson. Disse que ele é o “projeto de embaixador do UFC no Brasil”. E ainda voltou a chamar o brasileiro de “maior lutador já fabricado no MMA”. “Todos falam hoje em dia de Jon Jones, mas para mim você é disparado o melhor”, disse sorridente o dono do UFC.
Anderson agora culpa a empresa de Eike Batista por não ter organizado de maneira eficiente o que seria o UFC Rio 3. A IMX do empresário bilionário é parceira do UFC e promove as lutas dessa liga de MMA por aqui. Anderson acha que eles não entenderam o tamanho do UFC e não tiveram competência para organizar o evento.
Os empresários de Anderson estão frustrados com a transferência do combate para os Estados Unidos, mas eles reconhecem que isso pode ser “um bom negócio”. As vendas em pay-per-view prometem bater ou se aproximar dos recordes. E sem a recusa de Anderson em lutar em Las Vegas o campeão ganha mais pontos com o UFC.
Duas semanas atrás o agente mais próximo de Anderson e um dos mais antigos do circuito de MMA, o Jorge Guimarães, conhecido como Joinha, se reuniu com os donos majoritários do UFC, os irmãos Frank e Lorenzo Fertitta. Ouviu deles planos para investir em academias no Brasil com a marca Anderson Silva/UFC. O evento reconhece em Anderson o maior de todos os tempos e quer usar a imagem dele mesmo quando ele se aposentar.
“Anderson sabe que essa parceria com o UFC vale para a vida toda”, me disse Joinha. Não tem motivos para entrar em fricção com o evento, por isso aceitamos lutar em Las Vegas”, completou. “A gente não bate de frente com o UFC, bate de lado, afinal, no fim das contas, Anderson é funcionário deles”, concluiu.
O duelo poderia ter sido mantido no Brasil, mas aí seria num local com uma capacidade de público bem menor do que a de um estádio de futebol. “Uma luta dessa magnitude tem que ser num lugar grandioso e Las Vegas é um bom lugar”, ouvi de Joinha.
O evento do UFC no Brasil antes programado para o dia 23 de junho no Rio agora deve acontecer em Belo Horizonte ou Brasília. O duelo entre Vitor Belfort vs Wanderlei Silva pode ser elevado ao posto de principal da noite. A não ser, o que é provável, que escalem uma defesa de cinturão do campeão dos penas José Aldo nesse UFC. A conferir!
Acompanhem no blog as cenas dos próximos capítulos da novela do UFC no Brasil.
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