terça-feira, 26 de julho de 2011

R.C DIZ "WANDERLEI SILVA AINDA TEM MUITO QUE QUAIMAR".

Rafael Cordeiro acompanhou a evolução de Wanderlei Silva em seus primeiros passos como lutador de MMA, e viveu momentos tristes ao lado do ex-campeão no UFC 132, quando o viu nocauteado por Chris Leben, em apenas 27 segundos. Em entrevista exclusiva à TATAME, porém, o líder da Kings MMA discorda de Dana White, e não acredita que este tenha sido o “fim da linha” para o veterano do Pride. “Ele estava preparado para uma guerra, mas o soco pegou e definiu a luta... É fácil falar de estratégia depois da luta, mas agora é olhar pra frente e pensar na próxima. Ele tem muita lenha para queimar”, aposta Cordeiro, que falou sobre a preparação de Wanderlei para a luta e como ele reagiu à derrota, comentou os treinos de Maurício Shogun para o UFC Rio e descartou uma possível pressão pela vitória, após as derrotas de Wand e Werdum.

O que saiu errado na luta do Wanderlei?

A falta de ritmo foi o principal responsável por isso. O Wanderlei, colocando uma sequência de lutas, já pega o ritmo novamente. O Wanderlei veio de contusões sérias, rendeu o máximo que conseguiu nos treinos, estava muito bem mesmo, mas foi consequência da luta. Foram dois atletas preparados, e aconteceu de entrar uma pedrada. Ele partiu para o ataque, é difícil analisar... Não teve luta. O Wanderlei acreditou que poderia definir a luta e foi pra dentro.

Vocês sentiram que ele estava “enferrujado” nos treinos?

Ele estava muito bem nos treinos com o Mark Muñoz, Vitor Vianna, Werdum... A gente estava com um bom suporte técnico. Ele estava preparado para uma guerra. Quem acha que o Wanderlei estava despreparado, está enganado. Ele estava preparado para uma guerra, mas o soco pegou e definiu a luta.

Qual era a estratégia?

Movimentar bastante, usar a característica dele de velocidade e explosão, aproveitar o momento de contragolpe e, com a movimentação de perna, definir a luta. Ele estava muito bem treinado, mas, infelizmente, o soco pegou. É fácil falar de estratégia depois da luta, mas agora é olhar pra frente e pensar na próxima. Ele tem muita lenha para queimar, é um excelente atleta, novo... Não tem desculpa.

Como o Wanderlei reagiu com as declarações do Dana White, dizendo que era o “fim da linha” para ele?

Ninguém falou isso diretamente para o Wanderlei, que ele não vai mais lutar. O Wanderlei está no Brasil, volta essa semana para os Estados Unidos, e já vem treinar. Ele já quer lutar de novo. Ele treinou a vida inteira e sofreu lesões como qualquer atleta, mas as lesões foram curadas. Ele está com o corpo muito bom, mais forte do que nunca. Ele é o Wanderlei, nunca vai desistir. Essa é a principal característica dele. E não tem porque desistir. Ele já atingiu tudo o que um atleta pode atingir e continua na ativa. Não falo como treinador, falo como um cara que o viu crescer. Ele tem todo potencial para ser campeão, é questão de ritmo de luta.

A próxima grande luta da equipe será do Shogun, no UFC Rio. Como está a preparação dele?

Ele está muito bem, treinando muito. As últimas vezes que lembro dele nesse ritmo foi quando ele fez aquela grande luta com o Rogério Minotouro. Era a mesma motivação que eu via no tatame. Ele está com a família aqui, com uma boa estrutura. Ele fica na casa dele e vai treinar, faz fisioterapia preventiva, fazendo uma preparação muito boa. Ele está se dedicando como nunca.

O que espera da revanche com o Forrest Griffin?

Espero uma grande luta, que o Shogun faça o que está fazendo aqui. Ele está fazendo preparação física três vezes por semana com o pessoal da Nike, que já trabalhou com o Anderson e o Minotauro, e está com o corpo pronto para a luta. Conseguimos prepará-lo com bastante tempo de antecedência. Ele está treinando a parte de Jiu-Jitsu com o Werdum e o João Assis, Muay Thai comigo, Wrestling com Mark Muñoz, e está com diversos sparrings de MMA e Muay Thai. O conjunto está bom, e a qualidade dos sparrings é muito boa. O trabalho está direcionado para um bom resultado. Vai ser uma grande luta.

A semana final de treinos será mesmo na Nova União? Como surgiu a ideia?

Tenho um bom relacionamento com o Dedé. O Shogun vai treinar 10 dias em Curitiba e, na semana da luta, vamos para o Rio de Janeiro para treinar na academia do Dedé, um cara que eu admiro bastante. Tenho muito respeito pela pessoa que ele é, pela qualidade técnica, e queremos pegar uma energia ali. Vai ser muito bom. Sou muito fã do José Aldo, um porradeiro. O Babalu está indo também para lá, e é um cara que está dando uma força tremenda, é um dos principais sparrings do Shogun. Está sendo muito bom. Para chegar nesse nível, tem que ter caras que puxem ele nos treinos.

O Babalu foi o primeiro cara a vencer o Shogun. Como foi esse reencontro?

Foi sensacional, são dois caras que se respeitam muito desde que lutaram. Sempre houve um grande respeito entre eles, e isso é importante para montar um grande time, a seriedade com que o Babalu encara isso. Muitas vezes, o Babalu deixou de dar aulas na academia dele para vir ajudar o Shogun. Isso é respeito, e isso não tem preço. O treino é de alto nível, o Babalu dá o sangue. Tenho certeza que o Forrest não vai fazer o que o Babalu faz no treino.

Existe uma pressão a mais nessa luta por causa das derrotas Wanderlei e Werdum?

Encaro isso com naturalidade, pelo tamanho e proporção que o time está tomando. São as cobranças naturais que vêm de fora. Essa cobrança vem de fora, nunca de dentro. Os atletas que estão aqui confiam no nosso trabalho, na comissão técnica, e isso forma uma equipe forte. Resultados positivos e negativos vêm em qualquer equipe, cabe a você reverter isso. A equipe treina junto, mas ali dentro vira um esporte individual. Todo o trabalho que a equipe faz é para que ali dentro, no individual, faça a diferença.
Tatame

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