quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CIGANO: "NOCAUTEAREI NO SEGUNDO ROUND E TRAREI UM CINTURÃO LINDO PARA O BRASIL."

Junior dos Santos está pronto para a realização do sonho de se tornar campeão peso pesado do Ultimate Fighting Championship. O atleta de vinte e sete anos de idade chegou à disputa do cinturão após série invicta de sete vitórias na maior organização das artes marciais mistas da atualidade.
Há três anos, o especialista em boxe e kickboxing estreava contra Fabrício Werdum. Naquela ocasião, ainda desconhecido do grande público, o catarinense assombrou o mundo ao nocautear Fabrício Werdum no UFC 90 em apenas um minuto e vinte e um segundos de luta.
“Cigano”, que ganhou o apelido na academia do mestre Yuri Carlton por causa da cabeleira que ostentava quando iniciou no MMA, passou por cima de nomes importantes da categoria, como Mirko Cro Cop, Gabriel Gonzaga, Roy Nelson e Shane Carwin, sendo que a vitória sobre este último adversário conferiu ao brasileiro a oportunidade de enfrentar o campeão Cain Velasquez.
A batalha pelo título acontecerá no próximo sábado, dia 12 de novembro, no primeiro evento do UFC a ser transmitido pela Fox. No Brasil, a luta será transmitida ao vivo pela Rede Globo, com narração de Galvão Bueno e comentários do peso médio Vitor Belfort, nesse que será o combate mais visto na história do MMA.
O blog Mano a Mano conversou com Junior Cigano antes da viagem do desafiante aos Estados Unidos. O aluno de Luiz Carlos Dórea não vê a hora de entrar no octógono e acredita que vencerá o duelo por nocaute no segundo round. Confira a seguir a entrevista exclusiva na íntegra:
Blog Mano a Mano: Junior, primeiramente, o que mudou no gerenciamento da sua carreira  desde que você rompeu com o Ed Soares?
Junior Cigano: Eu hoje tenho muito mais controle da minha carreira, fico mais por dentro das decisões. Tenho uma assessora e advogada [Ana Claudia Guedes] que colabora bem com a minha equipe. Tudo flui, trabalhamos todos realmente como um time. Estou bem satisfeito.
Por que você optou por treinar em Salvador e não nos Estados Unidos?
Salvador é a minha casa, é onde tenho meus treinadores de boxe (Luiz Carlos Dorea) e de jiu-jitsu (Yuri Carlton). Além disso, é muito ruim ficar fora de casa, a gente sente falta. Em Salvador, posso contar com o apoio da minha esposa, posso dormir na minha cama, manter a minha rotina e eu gosto disso.
Em nossa última entrevista, você disse que o preparo físico do Cain Velasquez o distingue dos demais pesos pesados. A preparação física recebe atenção especial na sua preparação?
Recebe, muita. Faço sparrings de seis rounds e trabalho muito a parte de condicionamento com meu preparador físico André Luiz Piccoli, que faz bastante trabalho funcional comigo.
Quais são os sparrings da sua categoria com quem você treina? Algum deles possui as características do campeão?
Tentamos emular as características do Cain, mas cada lutador tem seu próprio estilo, não acho que exista um igual ao outro. Eu faço sparring com o [Ednaldo] Lula, com o [Rodrigo] Minotauro, com o [Rogério] Minotouro. Treino também com o wrestler americano Josh Janousek, e conto com meus amigos e parceiros na academia Champion, também.
Seu treinador de wrestling disse que a cada dia que passa está mais difícil te derrubar. Caso a luta permaneça em pé, quais chances você vê do Cain te derrotar?
Eu acredito que eu vou vencer essa luta, ainda mais se ela permanecer em pé. Sempre pode acontecer de tudo, a gente não pode descartar nenhuma possibilidade, mas eu acredito, eu tenho fé de que eu vencerei essa luta.
O Cain disse que ele é um lutador mais técnico que você e que no geral as suas mãos são a sua melhor arma. Você concorda com essa declaração?
Tenho muita fé nas minhas mãos, com certeza. Não sei se ele é mais técnico, pois me acho bastante técnico também. Quem sabe depois da luta saberei dizer melhor.
Essa será a luta mais vista na história das artes marciais mistas. Como você tem lidado com a ansiedade para o confronto?
Não me sinto ansioso. Estou energizado, não vejo a hora! Vai ser muito bom para todos: eu, Cain, o UFC e o esporte como um todo. Estou empolgadão.
Como você se imagina no dia 12 de novembro dentro do octógono frente a frente com o Velasquez?
Não vejo a hora.
No momento de uma luta dessa magnitude é possível repassar mentalmente toda a estratégia ou isso acontece naturalmente?
A estratégia é feita e treinamos quase três meses em cima dessa estratégia, então na hora ela vem naturalmente para sua cabeça.
O adversário tem declarado que é capaz de lutar em pé contra você. Em relação à trocação dele, o que mais chama a atenção e pode te trazer dificuldades?
Eu acho que o Cain chama atenção realmente pelo preparo físico e pela sua agressividade. Ele busca a luta, não fica parado. Isso dificulta um pouco. Mas continuo acreditando no meu preparo, acho que essa é a minha hora.
Recentemente o Lorenzo Fertitta esteve em Salvador e te encontrou na academia. Como foi aquele encontro? Sobre o que vocês conversaram?
Foi muito bacana, um prestígio muito grande. Foi o Lorenzo e foram também o Lawrence Epstein e o Jaime Pollack, dois advogados do UFC, e eles foram lá ver como que é o meu treino. Eles perguntaram se eu estava bem, eles queriam saber da minha rotina de treinos, papo básico. Mas foi muito bacana da parte deles, com a agenda tão lotada, terem aberto esse tempinho e me prestigiarem daquela maneira.
O Lorenzo falou algo a respeito de uma edição do UFC em Salvador? Você gostaria de lutar na capital da Bahia?
Não, não disse nada. Lutar em Salvador seria ótimo, mas por enquanto eu só penso numa única luta, e essa acontecerá em Anaheim, esta semana. Primeiro preciso conquistar esse sonho, depois penso num próximo sonho.
Eu tenho informação de que você tem concedido até oito entrevistas por dia. Esse assédio te incomoda ou atrapalha para a luta?
É difícil conciliar tudo, por isso conto com apoio da minha equipe e também conto com a compreensão dos jornalistas, que me ajudam a encaixar entrevistas entre um treino e outro. O assédio não deixa de ser uma coisa legal, porque é uma demonstração do carinho que os fãs tem por mim. Ruim seria se ninguém estivesse interessado. Só é necessário manter o foco no primeiro objetivo, que é vencer e treinar para vencer. Aí, na medida do possível, a gente atende aos pedidos de
entrevistas.
Qual o seu prognóstico para a principal luta do UFC on Fox, dia 12 de novembro?
Nocaute no segundo round e um cinturão lindo pra trazer comigo pro Brasil. Tenho fé. Peço que todos que estejam lendo essa matéria tenham fé também, e que me enviem energia positiva. Pensamento positivo gera coisas positivas. Trabalhei muito duro, dei tudo de mim. Estou preparado e quero mostrar o meu melhor lá dentro do octogóno.
Você sabia que o programa UFC Primetime teve dois milhões de visualizações? Esse número te motiva a dar o máximo nessa esperada luta?
É mesmo? Não sabia. Legal isso, dá motivação sim. Espero que eu tenha conseguido alguns fãs a mais e que tudo continue nesse ritmo para nós e para o nosso esporte.
Se você tivesse que resumir a sua vida em algumas passagens, quais seriam os principais momentos?
Acho que minha vinda pra Salvador foi um grande momento e foi quando essa etapa da minha vida de lutador começou. Ter conhecido o Yuri (Carlton) e o (Luis Carlos) Dorea. A minha primeira luta de MMA. Minha primeira vitória no UFC 90 contra o Fabrício Werdum, quando venci por nocaute no primeiro round. E acho que estou vivendo agora o próximo momento.
Junior, deixe uma mensagem a todos os seus fãs no Brasil e em todo o mundo.
Galera, quero agradecer de coração o apoio e o carinho de todos vocês que me acompanham. Espero fazer bonito lá, no dia 12, e trazer esse cinturão para o Brasil. Conto com o apoio e a energia positiva de vocês. Obrigado, vocês me dão muita motivação.
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