As seguidas derrotas de grandes nomes do MMA brasileiros levantam um questionamento sobre o que realmente se passa. Neste artigo, o site Fight World discute o tema, toca em pontos chaves e reflete com você se estamos ou não numa crise.
Por Jânder Magalhães
O que realmente está acontecendo com o MMA brasileiro? Onde os nossos lutadores estão errando? Será que os estrangeiros já descobriram nossos pontos fracos mais uma vez?
Questionamentos como estes transitam na mente de um tanto de brasileiros, muitos deles estupefatos com os recentes resultados nos grandes eventos internacionais, onde, mais do que derrotados, eles têm seu “jogo” completamente anulado. Em alguns fóruns de discussão na internet e em academias, podemos encontrar as mais diversificadas respostas para as perguntas feitas no início da matéria, mas será que elas realmente respondem definitivamente o atual quadro do MMA nacional?
Uma das respostas para a queda de rendimento, segundo alguns, é equiparação do nível do Jiu-Jítsu com os gringos. Para alguns, a Arte Suave já não faz o mesmo efeito dos primórdios do MMA moderno e a cada dia, lutadores de todo o mundo se aprimoram nesta luta e conseguem neutralizar o jogo, que é à base da maioria dos nossos lutadores. O argumento é válido, mas deixa brechas para contestações, afinal, ainda é possível ver o bom e velho Jiu-Jítsu salvando os brazucas de muitas situações difíceis, que o diga o próprio campeão dos médios do UFC. Ademais, este argumento pode ser considerado algo “requentado”, já ouvido em outras épocas.
Outro aspecto levantado versa sobre uma das lutas que mais frente faz ao jogo dos brasileiros, o wrestling. Não é de hoje que este tipo de arte, um anti-jogo para muitos, perturba a cabeça e bagunça a guarda brazuca, e olha que isso tem sido algo muito freqüente. Na verdade, para muitos observadores, não é só a fuga das finalizações que trazem vantagens aos wrestlers, o próprio sistema de pontuação os favorece, a começar pelas quedas, critério de peso na avaliação da maioria dos árbitros, principalmente americanos.
Aliás, é neste quesito, queda, onde os brasileiros parecem não ter evoluído tanto quanto os americanos e outros lutadores evoluíram no Jiu-Jítsu. Para quem é surpresa que o MMA é um esporte extremamente dinâmico? Enquanto os gringos se enfurnavam nas academias de Jiu-Jítsu, quantos brasileiros treinavam, de forma séria e com grandes nomes, a luta olímpica? Pois é, amigos, a fila anda, ademais, não são só as quedas, o legado do ground’n’pound deixado por Mark Coleman faz escola até hoje, e quantos brasileiros se adaptaram ou criaram uma defesa para isso? Sem sombra de dúvida, este é um argumento muito convincente, mas não sabemos ao certo se ele justifica totalmente o atual quadro, pois, contudo, as finalizações e nocautes ainda continuam bem vivos nos grandes resultados.
Especulações à parte, o certo é que não há uma só resposta, uma só explicação para um quadro tão complexo, que encerra inúmeras variáveis. Todavia, alguns aspectos parecem ser claros, e apontar para um possível entendimento da situação.
O primeiro deles é o condicionamento físico. Na luta em que perdeu o cinturão para Jon Jones, o brasileiro Maurício “Shogun” Rua parecia um amador na frente do americano neste quesito, mesmo sabendo que isso nunca foi algo de grande destaque neste lutador, ficou claro que sua preparação não foi à adequada para esse tipo de combate. Lutadores brasileiros precisam ficar alerta para o tipo de condicionamento que devem escolher, considerando, inclusive, o adversário, afinal, não é só treino funcional que vai lhe dar o cardio necessário pra isso, a preparação deve estar atrelada à estratégia.
E é justamente nesta palavra que pode se encontra o caminho das pedras, estratégia, e olha que a boa estratégia não inicia quando o árbitro autoriza o combate, ela começa já no casar da luta, vide o faz no momento Wanderley Silva sobre o assunto Vitor Belfort, e o que não fez Shogun frente ao Jon Jones. Destaca-se então o local de treino e dos parceiros e sparings que serão utilizados, não adianta treinar num local com uma vista deslumbrante como Niterói e com parceiros antigos e amigos se você pretende tirar o cinturão de alguém, é preciso ter qualidade e variação. Tudo isso também não terá o efeito desejado sem um Head Coach, é necessário alguém que responda pelos treinos, e esse alguém não pode ser escolhido apenas por ser parente próximo ou ser amigo de longas datas, a conversa agora exige profissionalismo para ter a coragem de tirar o lutador da zona de conforto, alcançada por alguns lutadores que chegam ao topo, de fazê-lo sentir que não basta o ritmo normal, tem que se superar.
Talvez alguns até possam achar fácil e cômodo para um jornalista julgar toda essa questão, mas se alguém tem que fazê-lo, o site Fight World não se furtará disso. O MMA, vez por outra, apresenta uma nova geração de atletas, que trazem consigo o que chamamos aqui de uma nova “inteligência de luta”, que vai bem mais além da modalidade que se pratica, mas como ela é utilizada.
A verdade é que aqueles não acompanham o rápido movimento da vida, estão sujeitos a ficar na estação vendo o trem passar. Um campeão deve lutar com se fosse o último da fila, e por acaso alguém duvida que o clichê de que o difícil mesmo não é chegar ao topo, mas manter-se lá, por acaso não se aplica ao atual momento?
Artigo do site Fight World
Por Jânder Magalhães
O que realmente está acontecendo com o MMA brasileiro? Onde os nossos lutadores estão errando? Será que os estrangeiros já descobriram nossos pontos fracos mais uma vez?
Outro aspecto levantado versa sobre uma das lutas que mais frente faz ao jogo dos brasileiros, o wrestling. Não é de hoje que este tipo de arte, um anti-jogo para muitos, perturba a cabeça e bagunça a guarda brazuca, e olha que isso tem sido algo muito freqüente. Na verdade, para muitos observadores, não é só a fuga das finalizações que trazem vantagens aos wrestlers, o próprio sistema de pontuação os favorece, a começar pelas quedas, critério de peso na avaliação da maioria dos árbitros, principalmente americanos.
Especulações à parte, o certo é que não há uma só resposta, uma só explicação para um quadro tão complexo, que encerra inúmeras variáveis. Todavia, alguns aspectos parecem ser claros, e apontar para um possível entendimento da situação.
E é justamente nesta palavra que pode se encontra o caminho das pedras, estratégia, e olha que a boa estratégia não inicia quando o árbitro autoriza o combate, ela começa já no casar da luta, vide o faz no momento Wanderley Silva sobre o assunto Vitor Belfort, e o que não fez Shogun frente ao Jon Jones. Destaca-se então o local de treino e dos parceiros e sparings que serão utilizados, não adianta treinar num local com uma vista deslumbrante como Niterói e com parceiros antigos e amigos se você pretende tirar o cinturão de alguém, é preciso ter qualidade e variação. Tudo isso também não terá o efeito desejado sem um Head Coach, é necessário alguém que responda pelos treinos, e esse alguém não pode ser escolhido apenas por ser parente próximo ou ser amigo de longas datas, a conversa agora exige profissionalismo para ter a coragem de tirar o lutador da zona de conforto, alcançada por alguns lutadores que chegam ao topo, de fazê-lo sentir que não basta o ritmo normal, tem que se superar.
Talvez alguns até possam achar fácil e cômodo para um jornalista julgar toda essa questão, mas se alguém tem que fazê-lo, o site Fight World não se furtará disso. O MMA, vez por outra, apresenta uma nova geração de atletas, que trazem consigo o que chamamos aqui de uma nova “inteligência de luta”, que vai bem mais além da modalidade que se pratica, mas como ela é utilizada.
A verdade é que aqueles não acompanham o rápido movimento da vida, estão sujeitos a ficar na estação vendo o trem passar. Um campeão deve lutar com se fosse o último da fila, e por acaso alguém duvida que o clichê de que o difícil mesmo não é chegar ao topo, mas manter-se lá, por acaso não se aplica ao atual momento?
Artigo do site Fight World
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