Rogério Minotouro chegou com moral ao UFC e nocauteou Luiz Cané em sua estreia e em seguida bateu Jason Brilz, mas as derrotas para os wrestlers Ryan Bader e Phil Davis deixam o faixa-preta em situação delicada no evento. Em entrevista exclusiva à TATAME, o baiano comentou a derrota para Davis, no UFC Fight Night 24, cobrando de si performances melhores. “Foi uma luta dura. Sei que eu poderia ter lutado melhor, mas bola pra frente. É treinar mais, mais, e soltar o jogo para voltar e nocautear”, comentou Rogério, que analisou o estilo dos wrestlers no UFC, sua evolução na parte de defesa de quedas, a chance “perdida” de lutar no UFC Rio e a inauguração da nova academia em San Diego, nos Estados Unidos.
Quais foram as suas impressões do começo da luta, quando você estava conseguindo defender todas as quedas dele?
Eu fui bem, defendi posições tanto na grade quando em pé. No segundo round a luta estava correndo do jeito que eu queria, mas no final ele foi numa posição de single leg e, quando eu fui levantar, escorreguei e ele ficou grudado nas minhas costas. Ele ficou batendo por cima e eu dei uma cansada, ele é muito pesado. No terceiro eu vinha bem, mas ele conseguiu a queda e foi segurando a luta. Eu consegui raspar, mas ele voltou e segurou a luta até o final. Ele levou pro chão, mas não tentou nenhum ataque, e eu não consegui nenhum ataque no chão porque ele ficou da meia para trás. Foi uma luta dura. Sei que eu poderia ter lutado melhor, mas bola pra frente. É treinar mais, mais, e soltar o jogo para voltar e nocautear.
Como você viu a sua evolução na parte de defesa de quedas? Ele é um wrestler de alto nível, mas você estava defendendo todas as quedas...
Estou treinando bastante, o jogo mudou muito. Eu estava treinando muito com o Darrel Gohlar, mas ele saiu, e ultimamente eu estava treinando sozinho, até que o Antoine e o seu irmão, Adrian (Jaoude), foram para a academia, e eu já senti a diferença para essa luta. Fizemos um trabalho muito forte para essa luta, mas eu estava confiante e dei um vacilo nessa luta. A luta começou a ir mais para ele no final do segundo round. O Phil Davis é um wrestler muito bom, melhor em quedas que o Ryan Bader, tem uma grande variação de quedas, como o Cain Velasquez. O Phil Davis brincou com o Brian Stann, que também é muito bom de Wrestling, e eu defendi várias quedas dele. Tenho que continuar a evolução, treinar. Quanto mais forte eu estiver nessa parte, melhor vou lutar.
Você chegou ao UFC e teve duas boas vitórias, com dois bônus da noite, e agora perdeu para dois wrestlers, Bader e Davis. Você acha que isso mostra uma deficiência que precisa ser mais trabalhada?
Eles não tentaram passar a minha guarda, nem chegaram perto, e nem bateram. O Bader não me bateu, nem tentou finalizar. Ele fez um jogo claro de se defender. O Phil Davis já fez um jogo melhor, mas também não foi agressivo. Ele ia bater, mas já voltava logo. Ele não tentou fazer como tinha feito antes, finalizar, e eu vinha treinando muito chão. Eu tentava raspar, mas ele estava esperto, já tínhamos treinado juntos antes e pegou algumas coisas que eu já fazia. Ele está evoluindo o chão dele também, então como a luta durou pouco no chão ele conseguiu se defender.
Por vir de duas derrotas seguidas, você acha que está numa situação de vida ou morte no UFC?
Com certeza... Foram duas derrotas em lutas duras, não peguei moleza, mas tenho que mostrar muito mais.
O Dórea disse que o Dana White tinha prometido que, se você vencesse, teria presença garantida no UFC Rio. Você ainda espera, apesar dessa derrota, estar no card do UFC Rio?
Não sei, vai depender se os caras gostaram da luta. Tomara, cara... Tomara. Mas não é nada certo. Não é uma coisa que vou me cobrar, e não vou ficar triste. Até fiquei triste agora porque perdi a oportunidade de lutar no Rio.
No fim de semana seguinte à luta, você e seu irmão inauguraram a filial da academia em San Diego. Como foi a festa?
Foi muito bom, conseguimos “bombar” na inauguração. Parecia jogo de futebol, mais de duas mil pessoas na fila... A fila dava volta no quarteirão (risos). Foi um sucesso. Estávamos eu, Rodrigo, Anderson Silva... Fizemos uma tarde de autógrafos e foi bacana pra caramba, só voltamos para casa de madrugada (risos).
Vocês têm planos de abrir mais academias?
Estamos com duas academias, e pretendemos fazer mais. Já temos tudo certo para inaugurar mais uma e fazer franquias. Estamos entrando em contato com alguns alunos e pessoas sérias, que sabemos que farão um bom trabalho, e daremos a assistência. Não adianta só usar o nosso nome, temos que saber que vão fazer um bom trabalho. A partir de junho, vamos começar a abrir mais academias.
Tatame
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