Invicto há 26 lutas, Renan Barão estava escalado para enfrentar Demetrius Johnson no UFC 130, que acontece no dia 28 de maio. Porém, uma dança das cadeiras acabou trocando o oponente do potiguar por Cole Escovedo, primeiro campeão do WEC. Em entrevista exclusiva à TATAME, Renan falou sobre os treinos, a expectativa para a estreia no Ultimate e o sonho de conquistar o cinturão do UFC, entre outros assuntos.
O Demetrius Johnson jogava mais em cima do Wrestling. O que você sabe do seu novo oponente?
Se formos ver pelos números, que não indicam que um lutador é melhor ou não que o outro. Eles mostram que o Escovedo talvez seja um cara até mais perigoso que o Demetrius na parte de solo e na trocação, pois só de vitórias por finalização ele tem dez, o que é quase o total de lutas do Demetrius, sem falar das vitórias que o Escovedo tem por nocaute, que foram seis, e uma na decisão, totalizando 17 vitórias. Porém, o Wrestling do Demetrius é bem melhor, e em suas últimas lutas pegou adversários melhores ranqueados.
O que a troca de adversário muda na sua estratégia e treinos?
Para o Demetrius eu vinha me dedicando muito ao Wrestling e ao jogo por baixo, já que a estratégia era manter a luta em pé. Mas por outro lado melhorei muito o meu gás, já que também era um dos pontos fortes do Demetrius, e pretendo usar muito isso nessa luta para pressionar o Escovedo o tempo todo... Quanto aos treinos, mudou mais parte específica, mas em termos de treino de sparring não vai mudar muito, apenas vou procurar treinar mais com os parceiros de treino mais altos do que eu.
Ele já foi campeão do WEC na categoria acima e ficou mudando de peso nos últimos tempos. Você acha que isso faz alguma diferença, uma vez que você também lutava no peso acima antes de ir para o WEC?
Acredito que não. Estou no MMA desde os 16 anos e já lutei muito até 66kg, e algumas vezes até de 70kg. E, consequentemente, com atletas maiores e mais pesados que o Escovedo. Estou evoluindo muito fisicamente, pois quando estou em Natal trabalho duro com o Adriano Coringa, que está fazendo um trabalho excelente comigo, e quando estou aqui no Rio dou continuidade na preparação com o Ramon Carrisso, que é um faixa-preta da Nova União, que também tem me ajudado bastante nessa parte.
Depois de duas boas vitórias no WEC, o que você espera da sua estreia no UFC?
Espero melhorar a cada luta, e graças a Deus acredito que estou percorrendo o caminho certo. Na minha estreia no WEC consegui definir a luta no terceiro round, já na segunda luta consegui definir no primeiro round. Estou treinando para brigar os três rounds, mas o meu objetivo é definir o combate antes do final e, se possível, me apresentar melhor do que no WEC, pois sinto que evolui desde a última luta.
O Escovedo possui a maioria das suas vitórias por finalização, assim como você. Será uma luta focada no chão?
O MMA é imprevisível, por isso é que está crescendo tanto. Para você ter uma ideia, para as duas lutas do WEC fui com a estratégia de trocar em pé, e as duas terminaram no chão. Na realidade, na segunda luta contra o striker Cris Cariaso, dei mais ênfase na parte de trocação do que o chão, mas mesmo assim a luta terminou no chão. O que posso adiantar é que o meu foco será na definição da luta. Agora o resultado, ou se será em pé ou no chão, só Deus é quem já sabe.
Se vencê-lo, seu recorde aumentará para 27 lutas de invencibilidade. Você já pensa no cinturão?
Acho que todo funcionário do UFC que entrou ali com determinação e vontade de vencer algum dia já sonhou ou se imaginou com aquela cinta (risos), mas o meu foco realmente é sempre na próxima luta. O mais importante eu estou fazendo, que é treinar. Estou treinando muito mesmo. Já estou há um bom tempo aqui no Rio de Janeiro focado só nessa luta. Morro de saudade da minha terrinha, da minha família e dos amigos que também tenho por lá. Mas estou aqui nessa ralação por mim e por eles também.
Quer deixar algum recado?
Gostaria de agradecer à TATAME pela força de sempre, ao João da Rip Dorey, a toda a equipe Nova União, pois aqui tenho tudo que preciso, bons treinos e bons amigos, e a minha família Kimura Nova União, que mesmo estando longe todo dia essa galera me liga.
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