A família Yamasaki possui dois representantes no octagon do UFC, mas você nunca vibrou com suas atuações, ou talvez nunca tenha reparado na presença deles.
A profissão ingrata, de árbitro, faz com que sejam foco apenas em momentos de polêmica. Fernando Yamasaki, que reapareceu na jaula do Ultimate após anos de ausência, foi alvo de críticas no UFC on Versus 6, que aconteceu no começo do mês.
Durante a luta TJ Grant x Shane Roller, o primeiro encaixou o arm-lock e, mesmo sem Shane dar os três tapinhas (ele estava com os dois braços presos), o brasileiro interrompeu a peleja. Roller reclamou, mas Fernando diz à TATAME que a interrupção foi acertada.
“Ele gritou, pois não tinha como bater, e eu parei a luta”, explica Yamasaki. No mesmo evento, o árbitro passou por uma situação parecida: o atleta encaixou um justíssimo arm-lock, mas Fernando não interrompeu o combate, e ele eventualmente escapou. “Não gritou ou não bateu, não tenho porque parar. Eu sigo a regra”.
“Dá pra ver no replay que ele (Roller) está com o braço muito esticado... Temos a pior posição em relação ao show, pois temos que enfatizar a regra e não pensar em agradar ao público”, emenda.
Os custos de estar no UFC
Fernando espera comandar mais lutas do maior evento do mundo, mas revela as dificuldades financeiras da profissão.
“Tenho arbitrado bastante, assim me mantenho ativo e posso praticar bastante... É como se fosse meu treinamento”, explica Fernando, que arbitrou na primeira edição do UFC no Brasil, em 1998. “Semana passada eu arbitrei 10 lutas sem sair do octagon... Foi uma maratona! Tive até pesadelo depois (risos)”.
“Tenho licença em alguns estados, mas aqui você paga pela licença em cada estado, e são 200 dólares por ano para cada um... Imagine isso em 51 estados! Haja vontade e dinheiro para estar na tevê (risos)”, completa.
Para tirar a licença para competir nos 45 estados norte-americanos onde o MMA é legalizado, o árbitro precisaria desembolsar nove mil dólares por ano.
Inspirado no irmão Mario Yamasaki, também árbitro, Fernando conta que já aprendeu uns truques que fazem a diferença na hora das lutas. “Ele tem uma visão muito boa do octógono, sabe quais são os lutadores malandros, sujos, que sabem se beneficiar da regra”.
A arbitragem no Brasil
Empolgado com o sucesso do UFC Rio e os planos ambiciosos da organização de voltar ao país mais vezes em 2012, Fernando já faz lobby para atuar por aqui, e revela planos de trabalhar pela melhoria da arbitragem nos eventos nacionais.
“Acredito que, no final de novembro, devo fazer alguma coisa no Brasil. A ideia é fazer um curso de arbitragem, o mesmo que fizemos aqui para a Comissão Americana de Boxe (ABC)”, explica, fazendo duras críticas. “O esporte cresceu muito e esse setor não acompanhou”.
Tatame
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