Por Guilherme Cruz
Foto arquivo pessoal
Empresário de dezenas de atletas, vários deles no UFC e Strikeforce, Alex Davis espera um ano recheado de novidades. Num bate-papo franco com a TATAME, Alex analisou o atual panorama do esporte no Brasil e decretou: “A Zuffa não se deu conta de qual é o tamanho do mercado brasileiro. Nem a Zuffa e nenhum de nós”, disse o empresário, apostando que o MMA se tornará em breve o segundo maior esporte do país, e que mudanças com o Strikeforce, recém-adquirido pelo Ultimate, devem acontecer em breve. Confira:
Como tem visto o atual cenário do MMA?
2012 será um ano de grande transformação no MMA. Acho que o Ultimate Rio vai ser um divisor de águas. A Zuffa não se deu conta de qual é o tamanho do mercado brasileiro. Nem a Zuffa e nenhum de nós. Se você olhar a estrutura do mercado esportivo no Brasil, você tem o futebol em primeiro lugar, e o vôlei vinha no segundo lugar, bem longe. Existe uma lacuna muito grande a ser preenchida, e acho que o MMA veio para preencher esse espaço.
Acredita que o MMA já tomará esse espaço no próximo ano?
É o que eu sempre falo: o brasileiro talvez não tenha 45 dólares para pagar pay-per-view e 300 dólares para pagar o ingresso, mas hoje o Brasil provavelmente é o país no mundo que tem mais olhos no esporte. Outro dia eu estava na fila do banco e estava escutando as pessoas falarem sobre. Todo lugar que você vai, você escuta falar sobre isso, o tempo todo. Tanto é que, se a gente olhar o calendário do Ultimate para o ano que vem, você vê que, a partir de janeiro, está tudo em aberto. Nós estamos escutando que o Lorenzo Fertitta está no Brasil, visitando várias cidades e estados, com a intenção óbvia de escolher um próximo lugar para um evento. Vão acabar tendo que dar um passaporte brasileiro pra ele, porque ele não sai mais daqui (risos).
Falaram em quatro ou cinco edições no UFC no Brasil no ano que vem. Acha possível?
Eu acredito que a razão pela qual nós não estamos vendo as lutas casadas a partir de janeiro, pois nós já estamos em meados de outubro, é justamente porque eles querem incluir o Brasil no calendário do Ultimate, e eles estão esperando determinar aonde vão ser os eventos e as datas para então poderem fazer os cards.
Como tem sido a conversa com o UFC em relação aos seus atletas? Muitos deles estavam no UFC Rio, mas, por enquanto, ninguém arrumou luta...
É. A resposta tem sido que estão esperando o novo itinerário do evento para que sejam casadas as lutas.
Como o pessoal dos Estados Unidos vê o mercado brasileiro?
Eles viram o UFC Rio como um evento histórico. Mas, fora a Zuffa, a maioria dos americanos ainda não atinou para o fato de que aqui será um dos grandes mercados de MMA. Agora, eu acho que vai mudar muita coisa. Eu sempre disse que o brasileiro teria muita dificuldade no MMA pela falta de estrutura que nós temos aqui, e eu acho que nós vamos começar a ver isso mais cedo do que pensávamos.
O que mudará, na sua opinião?
Quando penso em lutadores que têm qualidade para ingressar no Ultimate, nós não temos tantas opções viáveis aqui no Brasil como tínhamos no passado. Aqueles garotos que já estavam na faixa da carreira onde realmente já tinham conquistado a experiência, o recorde para lutar, já foram absorvidos. E, os outros, ninguém está enxergando de onde eles virão. Eu acho que isso vai ser bom porque vai dar muitas oportunidades para os brasileiros, mas os lutadores brasileiros vão ter que realmente correr atrás para se criar essa estrutura que falta ao Brasil para o lutador poder ingressar nesse mercado. Os lutadores brasileiros que estão tendo sucesso, eles estão realizando, a maioria deles, a parte da preparação deles nos Estados Unidos, vide o Edson Barboza, Gleison Tibau, vários outros que estão lá, como o próprio Wanderlei. Eles estão lá fora treinando.
O Brasil tem quase 40 atletas no Ultimate hoje, e os Estados Unidos têm quase 200, isso porque lá é concentrada a maior parte dos eventos. Acha que se eles aumentarem o número de eventos no Brasil, possam dar chances a atletas menos experientes?
Com certeza. Isso vai alavancar uma evolução para o lutador brasileiro. O brasileiro tem raça, técnica, uma coisa que é brasileira na hora de lutar. Mas, o que ele não tem é estrutura de treino. E fica muito difícil para um atleta competir com outro atleta do mesmo nível se a diferença entre os dois é justamente essa estrutura de treino. Olhemos, por exemplo, o Wrestling. O Wrestling é o esporte de luta no mundo que é mais bem estruturado. Nós vemos que é do Wrestling que estão saindo muitos lutadores hoje no MMA. No futuro, para que o atleta tenha sucesso nesse esporte, ele vai ter que ter esse tipo de atitude em relação ao treino.
Além disso, outro fator que pode segurar o UFC de anunciar o calendário do próximo ano é a questão do Strikeforce, que não se sabe o que vai acontecer...
Pois é. Veja bem, as mudanças na indústria estão super aceleradas. Nós não estamos conseguindo acompanhar. Há poucos dias, achava-se que o Showtime iria desistir do MMA no Strikeforce, mas agora estamos escutando que talvez o Showtime, com a saída do Ken Hershman mude de ideia e continue com o Strikeforce.
Como está sendo a conversa nos bastidores sobre o Strikeforce?
Nós estamos fazendo torcida organizada para que o Pezão vá para o UFC. O Strikeforce, com a compra do UFC, ficou um evento de segundo nível, e o Pezão ainda é um dos 10 melhores do mundo no peso pesado. Para ele poder mostrar as qualidades de lutador, tem que ser no maior palco de luta do mundo, que é o UFC. Para nós, tanto para mim quanto para o Pezão e todos os outros atletas que eu conheço que estão dentro do Strikeforce, estão torcendo para serem absorvidos pelo UFC. Até porque você quase não consegue um patrocínio dentro do Strikeforce, enquanto que no UFC você consegue vários patrocínios.
Quer mandar um recado?
Eu quero dizer aos atletas brasileiros que continuem treinando, ralando, aprendendo... Que cortem o cabelo, lavem as caras e aprendam a falar inglês porque tem oportunidade para todo mundo. É importante que o atleta brasileiro entenda que não é só o que ele faz dentro do ringue, mas também como se porta fora dele que vai tornar ele um atleta que possa vir a fazer sucesso na vida profissional. Ele tem que ter conduta de profissional também.
Fonte: Tatame
Acredita que o MMA já tomará esse espaço no próximo ano?
É o que eu sempre falo: o brasileiro talvez não tenha 45 dólares para pagar pay-per-view e 300 dólares para pagar o ingresso, mas hoje o Brasil provavelmente é o país no mundo que tem mais olhos no esporte. Outro dia eu estava na fila do banco e estava escutando as pessoas falarem sobre. Todo lugar que você vai, você escuta falar sobre isso, o tempo todo. Tanto é que, se a gente olhar o calendário do Ultimate para o ano que vem, você vê que, a partir de janeiro, está tudo em aberto. Nós estamos escutando que o Lorenzo Fertitta está no Brasil, visitando várias cidades e estados, com a intenção óbvia de escolher um próximo lugar para um evento. Vão acabar tendo que dar um passaporte brasileiro pra ele, porque ele não sai mais daqui (risos).
Falaram em quatro ou cinco edições no UFC no Brasil no ano que vem. Acha possível?
Eu acredito que a razão pela qual nós não estamos vendo as lutas casadas a partir de janeiro, pois nós já estamos em meados de outubro, é justamente porque eles querem incluir o Brasil no calendário do Ultimate, e eles estão esperando determinar aonde vão ser os eventos e as datas para então poderem fazer os cards.
Como tem sido a conversa com o UFC em relação aos seus atletas? Muitos deles estavam no UFC Rio, mas, por enquanto, ninguém arrumou luta...
É. A resposta tem sido que estão esperando o novo itinerário do evento para que sejam casadas as lutas.
Como o pessoal dos Estados Unidos vê o mercado brasileiro?
Eles viram o UFC Rio como um evento histórico. Mas, fora a Zuffa, a maioria dos americanos ainda não atinou para o fato de que aqui será um dos grandes mercados de MMA. Agora, eu acho que vai mudar muita coisa. Eu sempre disse que o brasileiro teria muita dificuldade no MMA pela falta de estrutura que nós temos aqui, e eu acho que nós vamos começar a ver isso mais cedo do que pensávamos.
O que mudará, na sua opinião?
O Brasil tem quase 40 atletas no Ultimate hoje, e os Estados Unidos têm quase 200, isso porque lá é concentrada a maior parte dos eventos. Acha que se eles aumentarem o número de eventos no Brasil, possam dar chances a atletas menos experientes?
Com certeza. Isso vai alavancar uma evolução para o lutador brasileiro. O brasileiro tem raça, técnica, uma coisa que é brasileira na hora de lutar. Mas, o que ele não tem é estrutura de treino. E fica muito difícil para um atleta competir com outro atleta do mesmo nível se a diferença entre os dois é justamente essa estrutura de treino. Olhemos, por exemplo, o Wrestling. O Wrestling é o esporte de luta no mundo que é mais bem estruturado. Nós vemos que é do Wrestling que estão saindo muitos lutadores hoje no MMA. No futuro, para que o atleta tenha sucesso nesse esporte, ele vai ter que ter esse tipo de atitude em relação ao treino.
Além disso, outro fator que pode segurar o UFC de anunciar o calendário do próximo ano é a questão do Strikeforce, que não se sabe o que vai acontecer...
Como está sendo a conversa nos bastidores sobre o Strikeforce?
Nós estamos fazendo torcida organizada para que o Pezão vá para o UFC. O Strikeforce, com a compra do UFC, ficou um evento de segundo nível, e o Pezão ainda é um dos 10 melhores do mundo no peso pesado. Para ele poder mostrar as qualidades de lutador, tem que ser no maior palco de luta do mundo, que é o UFC. Para nós, tanto para mim quanto para o Pezão e todos os outros atletas que eu conheço que estão dentro do Strikeforce, estão torcendo para serem absorvidos pelo UFC. Até porque você quase não consegue um patrocínio dentro do Strikeforce, enquanto que no UFC você consegue vários patrocínios.
Quer mandar um recado?
Eu quero dizer aos atletas brasileiros que continuem treinando, ralando, aprendendo... Que cortem o cabelo, lavem as caras e aprendam a falar inglês porque tem oportunidade para todo mundo. É importante que o atleta brasileiro entenda que não é só o que ele faz dentro do ringue, mas também como se porta fora dele que vai tornar ele um atleta que possa vir a fazer sucesso na vida profissional. Ele tem que ter conduta de profissional também.
Fonte: Tatame
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