Cerca de meia hora depois de derrotar Vitor Belfort por finalização no quarto round pelo UFC 152, Jon Jones
apareceu na coletiva de imprensa pós-luta em Toronto, Canadá, com uma
tipoia para segurar o braço direito. O campeão dos pesos-meio-pesados
disse que ainda não tinha passado por exames de raios-X, mas que sua
equipe suspeitava de danos aos nervos do bíceps. O presidente do evento,
Dana White, anunciou durante a entrevista que Jones iria para um
hospital ser examinado logo após terminar de responder às perguntas dos
jornalistas.
Quando subiu ao palco de tipoia, Jones ouviu uma piada de White:
- Mais um lutador lesionado, que ótimo! - disse o presidente, fazendo
graça da onda de lesões que assola o UFC nos últimos tempos.
A chave de braço aplicada por Vitor Belfort no primeiro round foi mesmo
apertada. O brasileiro chegou a envergar o braço de Jones e disse que,
ao sentir que a articulação do adversário estava estalando,
instintivamente afrouxou a pegada, o que pode ter ajudado o americano a
escapar. Ao ser informado da declaração do brasileiro, o campeão admitiu
que já estava se conformando com a derrota quando foi pego por Belfort.
Jones defende a chave de braço de Belfort: lutador
pensou que perderia ali (Foto: Getty Images)
pensou que perderia ali (Foto: Getty Images)
- Isso só mostra que tipo de pessoa ele (Belfort) é. Ele é uma pessoa
fenomenal. Realmente o respeito, é uma pessoa incrível e estou honrado
em enfrentá-lo. Se ele aliviou um pouco a pressão, tenho que tirar o
chapéu para ele, é uma pessoa de classe. Houve um momento em que pensei
que ele poderia ter estendido ainda mais, em 25 anos não tinha sentido
nada daquele jeito. Eu estava conformado com aquilo, estava pensando que
não acreditava que ia perder daquele jeito. Depois, quando soltei,
fiquei com o braço dormente e não tinha força no soco - afirmou Jones,
que disse ainda ter agradecido a Deus por ter escapado da posição, antes
do segundo round.
O momento de desvantagem também abriu os olhos de Jones para uma
deficiência em seu jogo: o jiu-jítsu. O campeão jurou que vai praticar
mais a "arte suave".
- Acho que tive um desempenho bom, mas ainda há muito espaço para
melhorar. Vitor me deu trabalho e tenho que trabahar mais, tenho que
melhorar meu jiu-jítsu. Sou apaixonado por todas as artes marciais e
tenho que melhorar meu jiu-jítsu. O ground and pound foi bom, golpeei
bem - analisou.
Jones ainda comentou sua decisão de entrar ao som da música "Could you
be loved" ("Poderia você ser amado"), de Bob Marley, numa clara
brincadeira com as vaias e críticas que vem recebendo nos últimos meses,
intensificadas após ser preso por dirigir embriagado e pela recusa a
enfrentar Chael Sonnen com oito dias de sobreaviso, que resultou no
cancelamento do UFC 151.
- Eu amo ele (Bob Marley). Sabia que eu seria vaiado, mas achei que a
galera não ia conseguir me vaiar ouvindo Bob Marley. Acho que funcionou.
Continuo tendo meus fãs, e sempre vai ter gente torcendo por mim e
gente tentando me ver cair, tenho que focar em quem está torcendo por
mim.
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