quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DESCONSTRUINDO O LÉNDARIO CARLSON GRACIE.

Carlson Gacie contra Waldemar Santana nos tempos áureos do Vale Tudo

Por Fabio Quio Takao, pesquisador e colaborador do blog:
A criação
Carlson Gracie possuía todos os elementos de um gênio: dom natural, personalidade marcante, atitudes polêmicas e certa dose de indisciplina. Filho mais velho de Carlos Gracie e Carmem, nasceu em 13 de agosto de 1933 e seu primeiro nome foi Eduardo. Como Carlos Gracie estudava a numerologia, resolveu após algum tempo mudar o registro do filho que passaria a se chamar Carlson. Todos os filhos de Carlos deveriam ter as letras iniciais “C” ou “R”, por considerar que a força dessas letras poderia ser transmitida aos filhos.
Aos cinco anos participou de seu primeiro campeonato, em 1950 aos 17 anos foi campeão Carioca de Jiu Jitsu. Ainda aos 17 anos fez sua primeira luta profissional contra o japonês Sakai. Essa luta foi preliminar a luta de Hélio Gracie contra Kimura. Carlson pesava 67kg contra 92kg do japonês, e mesmo assim a luta acabou terminando em empate.
Por ser o mais velho da segunda geração da família Gracie, Carlson tinha a responsabilidade natural de ser o novo campeão da família, o que fez com extrema naturalidade. No início da carreira enfrentou diversos lutadores famosos no Rio de Janeiro como o capoeirista Cirandinha e Passarito, sempre com diferença de peso acima de 15kg. A violência de seus combates e suas vitórias deram tanto destaque na imprensa que logo ficou conhecido como “O Garotão”.
A genialidade de Carlson se mostrava não só em suas lutas, onde quase sempre era o mais leve, mas também em suas atitudes que mostravam a serenidade com que encarava os mais perigosos lutadores.
Nas suas primeiras lutas, dormia 15 minutos antes, tamanha era sua tranqüilidade. Com o passar do tempo foi ficando avesso aos treinos duros e obrigava Carlos e Hélio a manterem extrema vigilância nos períodos que antecediam as lutas. Uma das instruções de Carlos era que mantivesse abstinência sexual antes das lutas, o que era praticamente impossível, visto seu perfil boêmio e sua fama na cidade.
A consagração
A luta que elevou Carlson ao nível de ídolo foi a seqüência do capítulo mais dramático vivido pela família Gracie: a derrota de Hélio Gracie  para Valdemar Santana.
Valdemar Santana praticava luta-livre desde os 18 anos e começou a treinar com Helio Gracie aos 21 anos. Passou a trabalhar como roupeiro da academia para pagar as mensalidades. Depois de desentender com Hélio, Valdemar desafia seu mestre e após 3 horas e 45 minutos, o combate mais longo da história, Valdemar venceu Hélio Gracie.
Segundo o próprio Carlson, Valdemar era tido como um dos lutadores mais duros da academia Gracie e foi seu companheiro não só nos treinos como também viraram amigos. Porém após a derrota do tio, Carlson se vê obrigado a resgatar a honra da família. 
A luta aconteceu em 8 de outubro de 1955 no estádio do Maracanãzinho –Rio de Janeiro. Carlson e Valdemar lutariam de Kimono e nas regras do Jiu Jitsu, pois o Vale-Tudo estava proibido na cidade. A luta teria cinco rounds de 10 minutos e apesar da superioridade técnica de Carlson, a luta terminou empatada.
A segunda luta entre Carlson e Valdemar também foi no Maracanãzinho e aconteceu em 21 de Julho de 1956. Devido a pressão feita e ao sucesso da primeira luta, o chefe de polícia permitiu que a luta fosse um Vale-Tudo sem kimono e com seis rounds de 10 minutos.
Carlson, 23 anos pesou 75,700kg e Valdemar, 26 anos, pesou 77,800kg. Valdemar contava com uma musculatura e força física superior e pressionou Carlson no primeiro Round. Porém a supremacia técnica e os golpes mais precisos de Carlson deixam transparecer que a vitória seria inevitável. Valdemar, já com o rosto inchado, começa a sair do ringue fazendo que a luta fosse repetidamente interrompida. Aos 9 minutos do 4º round, Valdemar e Carlson caem do ring e somente Carlson retorna. Com a desistência do “Pantera Negra” (apelido dado a Valdemar por Hélio Gracie), Carlson Gracie conquista o que seria sua mais importante vitória e enfrentaria Valdemar mais quatro vezes, vencendo três e empatando uma.

A vida agitada e os novos desafios
A fama de Carlson atinge tal magnitude, que nos anos 50, foi preso um impostor que entrava nas festas cariocas comendo e bebendo de graça alegando ser Carlson Gracie.
Em 26 de Setembro de 1959, Carlson casa-se com Ione de Carvalho e o acontecimento teve grande destaque na imprensa. A gravidez de Ione antes do casamento foi devidamente acobertada, devido aos rígidos padrões morais da época, e foi o verdadeiro motivo do casamento. Isso fez com que o casamento durasse somente um ano e seria o primeiro dos muitos relacionamentos conturbados de Carlson.
Na carreira, Carlson ainda teria pela frente lutadores que foram considerados por ele mesmo com os mais difíceis adversários: Ivan Gomes e Euclides Pereira. O sucesso do Vale-Tudo já era tamanho no Rio de Janeiro, que em 1958 estreou um programa de lutas na TV chamado “Heróis do Ringue”.
No nordeste o Vale Tudo também era conhecido e  Ivan e Euclides já eram ídolos graças ao programa “TV Ringues Torre” e ambos treinavam diversas modalidades como Boxe, Judô e até o Jiu Jitsu Gracie, através de alunos que aprenderam com George Gracie em suas viagens.
Ivan Gomes e Carlson se enfrentaram em 28 de dezembro de 1963 e a luta durou 30 minutos foi uma das mais técnicas e violentas do Vale-Tudo, com Carlson pesando 76Kg e Ivan 98kg. Pela primeira vez um adversário atinge o rosto de Carlson e Ivan também saiu muito machucado, com o combate terminando empatado.
Ivan reconhece a técnica de Carlson e após três meses, visita o Rio de Janeiro e faz questão de conhecer a Academia Gracie. Carlson acaba ficando amigo de Ivan e o convida para montar uma academia em sociedade no Rio de Janeiro. 
Foi em 06 de setembro de 1968 em Salvador no estádio da Fonte Nova que Carlson com 35 anos, teve sua única derrota. Euclides Pereira era o adversário e já havia empatado com Ivan Gomes e vencido Valdemar Santana além de ter treinado Capoeira, Boxe e Judô com Takeo Yano. Euclides pesando 75 kg foi o único lutador a entrar no ringue pesando menos que Carlson. 
A luta teve seis rounds foi muita equilibrada, mas a vitória foi dada a Euclides por pontos e foi muito contestada por Carlson. A princípio, a luta seria decidida somente por desistência ou nocaute, mas um pouco antes da luta, foi adotada a contagem de pontos. Euclides tentou aplicar vários golpes aumentando seu placar e ao acertar o nariz de Carlson, o sangramento impressionou os juízes que acabaram por dar a vitória a Euclides.
A Dissidência
Em 18 de Dezembro de 1970, Carlson encerrou sua carreira lutando com Valdemar Santana. Afastado dos ringues há cinco anos, a luta foi em Brasília e termina empatada. Carlson já havia lutado 19 vezes profissionalmente, sendo que somente em duas delas foram adotadas as regras do Jiu Jitsu.
Aos 37 anos, após sua incrível trajetória como competidor, muitos pensavam que Carlson já teria feito sua contribuição para o mundo das lutas, porém como característica marcante da família, a superação das expectativas veio como Carlson o Treinador.
A história de Carlson como treinador havia começado após sua luta com Ivan Gomes. Os dois abrem uma academia em 1963 em Copacabana, porém após um ano, Carlson desiste e entra em sociedade em outra academia com Hélio Vigio. Apesar do grande sucesso como lutador, Carlson sempre repassava todo o dinheiro de suas bolsas para Hélio Gracie que administrava a academia Gracie. Com isso, Carlson aos 30 anos não tinha nem carro e nem imóveis e, além disso, gastava muito dinheiro em noitadas e brigas de galo, paixão que manteve até o fim da vida.
Em suas academias, os preços eram sempre abaixo das outras academias e em diversos casos, ele não cobrava mensalidades quando reconhecia algum talento que não tinha condições de pagar mensalidades. Isso tudo só não o levou a falência graças a sua segunda esposa, Sílvia, que conseguia organizar a parte financeira de sua vida. Infelizmente Sílvia morre em um acidente de carro em 1967 e Carlson casa-se novamente com Marly. 
Em outubro de 1950, a Academia Gracie organiza o primeiro Campeonato de Jiu Jitsu do estado do Rio de Janeiro, mas por problemas de organização e a desistência das Academias Augusto Cordeiro (Judô), Azevedo Maia e Academia Fadda, o campeonato não é reconhecido pela Federação Metropolitana de Pugilismo. Mesmo assim o campeonato é realizado entre as Academias de Carlos Pereira, Academia Gracie e um único aluno da academia Cordeiro.
Em Junho de 1973 o Jiu Jitsu é reconhecido pela Confederação Nacional de Desportos como esporte oficial. Agora a Federação de Jiu Jitsu da Guanabara podia organizar seus campeonatos oficiais. Em Setembro acontece o primeiro campeonato infanto-juvenil com 200 inscritos. Em dezembro do mesmo ano acontece o primeiro campeonato adulto com130 inscritos e a presença de 11 academias do Rio de Janeiro e São Paulo.
Estava dado o primeiro passo para início das dissidências dentro da família Gracie. Sendo Carlson um competidor nato, era natural que as discordâncias com Hélio Gracie aconteceriam.
Cabia a Carlos apenas a orientação alimentar e empresarial. Apesar da união da família em prol do Jiu Jitsu, Hélio Gracie sempre privilegiou a hereditariedade, portanto seria natural que quisesse que o posto de novo campeão fosse de seu primogênito de sangue: Rorion. Afinal Carlson era “apenas” seu sobrinho. Por muito tempo esse desejo de Hélio ficou adormecido e o talento de Carlson não deixava dúvidas. Porém os filhos de Hélio já tinham idade suficiente para tentar buscar seu espaço e a indisciplina de Carlson fizera com que Hélio deixasse cada vez mais Carlson à revelia. Os treinos de Carlson eram cada vez mais raros e seus adversários cada vez mais preparados.
Para Hélio Gracie, qualquer professor que tentasse abrir uma academia própria para melhorar os rendimentos, era considerado traidor. Carlson já havia feito isso e para piorar a situação, em 1976 no Torneio da fusão do Estado dda Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, o melhor aluno de Carlson, Sérgio Íris vence Rorion, primogênito de Hélio.
Carlson comemorou muito e a relação com o tio Hélio piorou ainda mais. A Academia Gracie administrada então por Hélio Gracie, passa a ter uma fama de priorizar os treinos mais graduados somente para os filhos de Hélio.
O Treinador
 Carlson, assim como Conde Koma e seu tio Hélio, refinou seu Jiu Jitsu na sua forma mais pura, usando-o em combates sem regras. Nesses combates, Carlson se mostrou completo, pois vencia finalizando com estrangulamentos e chaves, mas também usava o Jiu Jitsu como caminho para aplicar socos e chutes, sem com isso sofrer golpes. Apesar dessa experiência única no Vale Tudo, foi no Jiu Jitsu esportivo que Carlson conquistou sua fama como treinador.
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Logotipo que ficou famoso no Rio de Janeiro nas décadas de 80 e 90
Foi na academia de Niterói que formou seu primeiro faixa preta, Serginho Íris e a partir disso, sua sede de títulos aumentava cada vez mais. Sempre envolvido em jogos de todos os tipos e brigas de galos, Carlson não era como Hélio e Carlos, que tinham o Jiu Jitsu como forma de Defesa Pessoal e ferramenta filosófica de aprimoramento da auto-segurança. Para Carlson, o Jiu Jitsu dava vazão ao seu espírito competidor e depois que o Jiu Jitsu esportivo foi instituído, Carlson queria a vitória dos alunos.
Alguns afirmam que o Jiu Jitsu praticado pelos alunos de Carlson era muito limitado e priorizava a força. Isso não é verdade, pois foi graças aos alunos de Carlson é que os alunos das Academias Gracie, Royler Gracie, Royce Gracie, Irmãos Machado, Marcelo Behring e Rickson Gracie puderam ter adversários à altura e a motivação para buscar evolução constante.
Uma característica que Carlson tinha como treinador era aproveitar o potencial do atleta. Se o lutador era bom em estrangulamentos, Carlson melhorava-os para que ganhasse as competições. Não fazia questão de melhorar seus pontos fracos e sim fazer com que os pontos fortes vencessem a competição.
Apesar de ter sido um atleta que não apreciava treinos duros e de ter um estilo de vida caótico, Carlson exigia dos alunos o contrário, ou seja, dedicação total nos treinos, sessões de preparo físico intenso e os famosos desafios Gracie continuaram de outra forma. Como a quantidade de campeonatos na década de 70 ainda era pequeno, seus primeiros faixa pretas como Carlos Rosado lembra que num dia qualquer sem aviso, Carlson trazia algum lutador de outra academia para testar seus próprios, fazendo com seus alunos estivessem sempre prontos.
Grande parte do estilo despojado e por vezes até mesmo desrespeitoso dos treinos de Jiu Jitsu atual são marcas deixadas por Carlson. Por outro lado, a obsessão pelo treinamento físico, a busca pela vitória a qualquer custo são marcas registradas que o mestre deixou no Jiu Jitsu. Durante a década de 70, 80 e parte da década de 90, a equipe de Carlson dominou todos os campeonatos. O exército que o treinador montara era, além de bem treinado, também superior em número, pois suas mensalidades ainda eram as mais baixas e caso o aluno trouxesse títulos, poderia até mesmo ficar isento das mensalidades. Foi o caso de Wallid Ismail, que veio de Manaus e morou na academia durante anos. Em troca, trouxe diversos títulos e talvez um dos mais importantes da década que foi a vitória de Walid sobre o então já tri-Campeão do UFC Royce Gracie.
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Antiga equipe de Carlson Gracie. Em pé da esq, p/ dir.: Murilo Bustamante, Fabio Gurgel (que não era do time), Wallid Ismail, Carlson Gracie. Sentados, da esq. p/ dir.: Zé Mário Sperry, Bebeo Duarte, Alan Goes , Ricardo Cavalcante

Podemos citar alguns de seus alunos mais importantes como Amauri Bitetti, Murilo Bustamante, Carlão Barreto, De La Riva, Cássio Cardoso, Allan Góes, José Mário Sperry, Bebeo Duarte e ídolos mais recentes como Vitor Belfort,  Ricardo Arona e Paulão Filho.
Como não poderia deixar de acontecer, o sucesso de sua equipe começa a incomodar e equipes como a Gracie Barra são montadas com a mesma metodologia para produzir campeões. Curiosamente, o lutador da família que mais defendeu o nome Gracie, agora era o inimigo a ser vencido pelo tio Hélio e pelos primos Rickson, Royler e pelo meio-irmão Carlos Gracie Jr.
A volta para o Vale-Tudo
 Em 1991, aconteceu um desafio público feito na TV por Wallid Ismail afirmando que nenhuma modalidade era capaz de vencer o Jiu Jitsu. As academias de Luta-Livre aceitaram o desafio e foi montado um time de Jiu Jitsu que incluíam dois alunos de Carlson: Wallid e Murilo Bustamante. Carlson orientou toda a equipe de Jiu Jitsu e os treinos foram em sua academia. Resultado: 3 vitórias para o Jiu Jitsu e 0 para a Luta-Livre.
Em 1996, com a explosão do UFC e do Vale-Tudo, Carlson decide se mudar para Los angeles. Sua primeira participação em Vale-tudo internacional foi no 1º Universal Vale-Tudo em Tóquio com a vitória de Wallid e Carlão Barreto.
Entre os destaques de sua equipe surge um novo fenômeno de 17 anos: Vitor Belfort. Em 1997 em sua estréia, Vitor vence de forma espetacular Tra Telligman e Scott Ferrozzo, ambos mais pesados.
 Carlson vai ao Japão e participa do lendário Pride com Allan Góes, Wallid Ismail e Carlão Barreto, mas no Brasil, sua equipe, sem sua liderança carismática não ia bem.
Provando do próprio remédio
Carlos Gracie teve características de personalidade marcantes que ajudaram a fundamentar a dinastia Gracie. Uma das principais era o nepotismo, ou seja, o desejo de passar seus conhecimentos e poderes aos herdeiros. Hélio Gracie, criado sob a filosofia de Carlos, excluiu algumas diretrizes, seguiu a risca outras e potencializou algumas. O privilégio com que Hélio tratava os filhos biológicos era uma marca que sempre deixou claro e foi sendo acentuada conforme o tempo passava. Um comportamento que Helio adotou também era exigir que os professores da academia Gracie se mantivessem como empregados a vida toda, na maioria das vezes recebendo salários que não permitiam que sustentassem suas famílias. 
Carlson nunca privilegiou seus filhos, e nunca concordou com a atitude do tio. Passa a ser rival declarado de Hélio nas competições devido à atitude protecionista do tio. Porém, sem perceber, comete o mesmo erro que sempre combateu. Como não conseguia transformar todo seu conhecimento em dinheiro, Carlson pagava mal seus atletas e não conseguia manter as contas em dia.
Com as bolsas do Pride e UFC em franca expansão, o time principal de lutadores percebe que a gestão financeira de Carlson não contemplava o sucesso financeiro e sim as glórias dentro do ringue. É nessa fase que rompe com Vitor Belfort, um dos mais queridos alunos. Além disso, em Abril de 2000 foi criada o que viria a ser uma das maiores equipes de MMA do mundo: a Brazilian Top Team.
Formada por Ricardo Libório, Zé Mario Sperry e Murilo Bustamante, a BTT atraiu muita atenção pelo quilate dos seus atletas. Alguns meses depois, Paulão Filho também entra para a equipe deixando Carlson furioso, expulsando publicamente os ex-alunos. Sua mágoa era tão grande que usava camisetas usando trocadilhos com os nomes dos ex-alunos. Tudo isso recheado com seu humor ácido.
Algum tempo depois se reconcilia com Vitor Belfort. O único que se mantivera ao lado do mestre seria Wallid Ismail. Em 2001 vai pra Chicago ajudar o filho Carlson Jr. a dar aulas e consegue formar uma última leva de lutadores.
Fruto talvez de sua indisciplina alimentar, adquire diabetes e problemas renais. Filho de Carlos Gracie, idealizador da Dieta Gracie, uma dos sistemas alimentares mais importantes do mundo, Carlson sempre que ficava doente recorria à dieta do pai, porém nesse momento isso não foi suficiente. É internado e alguns dias depois morre em 1º de fevereiro de 2006. Chegava ao fim a última luta do maior Técnico de Vale-Tudo e MMA do mundo.
As frases
Uma das maneiras de descrever a personalidade de Carlson é conhecer algumas de suas célebres frases. Nelas é possível perceber suas mágoas com desafetos, seu humor negro e seus exageros. Mas transparece também o eterno espírito imaturo e amor a arte do Jiu Jitsu.

“EU JÁ DISSE PARA OS EXPULSOS: MURILO BUSTAMANTE, RICARDO LIBÓRIO E JOSÉ MARIO SPERRY, O QUE ELES FIZERAM COMIGO FOI PIOR QUE ESTUPRAR A MINHA MÃE”
(Quando os ex-alunos montaram a Brazilian Top Team.)

“SE NÃO FOSSE EU, OS GRACIES ESTARIAM VENDENDO BANANA NO LARGO DO MACHADO”
(Comentando sobre a importância de sua vitória sobre Valdemar Santana, que havia ganahdo de Hélio Gracie).

“A ÚNICA ACADEMIA QUE CONSEGUE SUPERAR A ACADEMIA GRACIE É A MINHA! AÍ ELES FICAM DIZENDO QUE EU SOU DISSIDENTE, INIMIGO.”

“ESSES POLÍTICOS ESTÃO QUERENDO APARECER. PROIBIINDO O VALE-TUDO NO BRASIL.  É A MESMA COISA QUE PROIBIR O BASQUETE NOS ESTADOS UNIDOS.”

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