Falaremos sobre Vitor Belfort , porém, a Terapia de Reposição de Testosterona não será sequer abordada entre os argumentos. A questão será deixada de lado para ser aprofundada de maneira apropriada nos próximos dias.
Prosseguindo.
Você tem profundo respeito por Vitor Belfort, considera o atleta um expoente do MMA, tendo atravessado gerações encarando os melhores e levando o nome do Brasil e do Jiu-Jitsu aos quatro cantos do mundo. Considera o striker um competidor focado, comprometido com a vitória e um exemplo de homem e pai de família. Um verdadeiro guerreiro que venceu o tempo em uma trajetória de constante sucesso.
Você considera Vitor Belfort uma fraude. Não consegue compreender como um lutador com tamanha arrogância pode ser um dos mais respeitados do esporte. Envolvido em diversas controvérsias como doping, chamado de traidor por seu mentor Carlson Gracie e apontado por colegas como uma das figuras mais odiadas do segmento. Você acredita que ele jamais bateu um lutador top e que vive de aparições contra nomes do segundo escalão, fantasiando que uma quase finalização contra Jones é seu maior momento na carreira, visto que o título do UFC veio por golpe acidental no olho de Randy Couture, de quem levou uma surra na luta seguinte.
Vitor pode ser observado sob diferentes prismas, a questão é escolher em qual “verdade acreditar”. Na realidade, neste exato momento, o “Fenômeno” arquiteta um plano para se tornar o novo campeão do UFC. E a ação novamente levantará dúvidas sobre a lisura do processo.
Fixado na categoria dos médios nos últimos anos desde sua chegada ao UFC, fez uma rápida aparição nos meio-pesados diante de uma oportunidade de ouro. Dan Henderson lutaria contra Jon Jones e acabou lesionado. Diversos competidores, entre eles Mauricio Shogun e Lyoto Machida, foram contatados para substituir Hendo, porém nenhum concordou com uma luta sem a preparação adequada contra um dos maiores da história do UFC. Sonnen tentou surfar novamente a onda do oportunismo e passou a atacar Jones para conquistar a chance de herdar a vaga. Quem decidiu rejeitar desta vez foi o campeão, o que acabou cancelando pela primeira vez em muitos anos um evento do UFC. Passada a confusão, o nome de Vitor Belfort surgiu como o substituto escolhido e por ter sido convocado de última hora, recebeu elogios pela coragem e determinação. Mesmo considerado grande azarão, passou mais perto do que qualquer outro oponente de Jones de vencer o encontro. O armlock encaixado lesionou o braço de “Bones”, mas este conseguiu aliviar o golpe e posteriormente finalizar o brasileiro.
Fortalecido pela excelente exibição, Belfort voltou aos médios e destruiu Michael Bisping com um brilhante nocaute no segundo round. A luta seguinte seria determinante para a escolha do próximo desafiante ao topo da categoria. Novamente, um devastador nocaute, iniciado com chute alto, enviou um recado direto aos dirigentes do UFC e fãs: Vitor Belfort merece uma chance de disputar o cinturão.
É aí que devemos pausar o filme e analisar os pequenos fatos presentes na coletiva de imprensa pós UFC no Combate 2. Questionado sobre a expectativa de finalmente poder receber a chance de vingar a derrota contra o desafeto e soberano da divisão, Anderson Silva, Vitor surpreendeu e declarou encerrada a rivalidade contra Spider. Ao invés disso, exigiu uma nova disputa contra Jon Jones. Sim, contra o número um da categoria dos MEIO-PESADOS. Existe algo errado no meio de tudo isso, não? Você constrói seus resultados em uma categoria de peso mais leve, contra adversários menos fortes, e escapa de nomes como Lyoto Machida, Dan Henderson, Gegard Mousasi, Alexander Gustafsson, Glover Teixeira, Minotouro, entre outros, e exige furar a fila de uma divisão borbulhando entre os primeiros postos?
O resultado de Vitor contra Jones foi derrota. Ele foi superado pelo oponente, apesar do brilhantismo de sua “quase vitória”. A lógica para buscar uma revanche seria permanecer no peso e nas duas lutas seguinte vencer MEIO-PESADOS e não médios. Uma contundente vitória diante de Minotouro e na sequência em cima de Glover Teixeira seriam os argumentos necessários para que, com todos os méritos, fosse elevado ao posto de desafiante número um, por exemplo.
Vitor Belfort acredita que a força de suas duas últimas espetaculares conquistas seja suficiente para colocá-lo em posição de forçar Dana a permitir uma reedição do duelo contra o americano. As próximas semanas serão decisivas para observarmos se o plano será levado adiante. Caso o “Fenômeno” volte atrás e faça campanha por um title shot contra Anderson Silva, tudo estará em ordem e o show deve continuar. Porém, se a decisão do MÉDIO, permanecer convicta em buscar o cinturão do campeão dos MEIO-PESADOS, sem atuar na divisão, então estaremos diante da maior tentativa de golpe da história do UFC. A atitude seria daquelas que mudariam completamente a dinâmica da entidade, onde competidores somariam resultados positivos em diversos pesos mirando um objetivo em categoria completamente diferente.
Vitor Belfort prepara uma cartada de mestre, merecida por seus resultados sensacionais, ou arquiteta um golpe ardiloso, dando razão para seus detratores?
Por Rodrigo Peixoto.
Foto: Jason Silva / MMA Space.
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