O boxe brasileiro comemora nesta quinta-feira (18) o 50º aniversário de sua maior conquista. No dia 18 de novembro de 1960, Éder Jofre venceu o mexicano Eloy Sanchez por nocaute e se tornou campeão mundial do peso-galo.
Aos 74 anos, Éder Jofre ainda é lembrado como o maior pugilista brasileiro de todos os tempos e reconhece que a modalidade está em baixa no Brasil. Além disso, o campeão também acredita que a popularização do vale-tudo está ajudando a fazer o boxe “morrer”.
Bem-humorado, Jofre disse em entrevista ao R7 que ainda dá os seus socos em uma academia de São Paulo e não titubeou em afirmar que ninguém quer subir no ringue com ele, para não ser nocauteado.
R7 - Parabéns pelos 50 anos do título, Éder. Já comemorou muito a data?
Éder Jofre - Já fizemos algumas coisas. Só hoje (quarta-feira, 17) foram umas três ou quatro comemorações. Fizemos na academia, fizemos na rua, fui ao dentista e até lá lembraram.
R7 - Você esperava essa lembrança? O boxe anda tão esquecido no Brasil...
Jofre - Juro por Deus que não esperava que fosse tanta gente lembrando, tantos repórteres interessados em saber disso. Eu não esperava, meu. São tantos anos: 50 anos são meio século, né? E os caras ainda lembram e perguntam como foi, como não foi. É emocionante.
R7 - Como anda a sua vida? Pode contar a sua rotina?
Jofre - Eu levanto às 10h da manhã, tomo um cafezinho, lá pelas 2h da tarde eu almoço, umas 16h vou na academia treinar um pouco... Isso acontece de segunda, quarta e sexta. Depois, venho para casa, fico com a mulher, janto e fico vendo televisão.
R7 - Esse “treinar” é o que? Você ainda luta?
Jofre - Sim, claro. Luto boxe. Primeiro me aqueço, depois eu pulo corda, depois vou bater no saco de areia, depois no “punching ball”, depois eu faço ginástica, deitado, sentado, em pé, na prancha...
R7 - É muita disposição. Mas você também sobe no ringue?
Jofre - É que não tem ninguém para fazer comigo. Porque se tiver, cai.
R7 - Fora a imprensa, alguma autoridade lembrou deste dia e te ligou ou falou algo com você?
Jofre - Não. De autoridade, ninguém.
R7 - Porque ninguém lembra do seu nome na hora de homenagens ou de algum cargo?
Jofre - Sabe por quê? Aqui no Brasil o boxe é uma droga. Você não tem apoio, não tem incentivo. Um cara para lutar boxe aqui tem que sair do trabalho e ir para a academia treinar. Não tem nada. E você vai tirar lutador de boxe de onde? Não tem luta. Amador não ganha nada, só apanha e não ganha nada. E profissional? Me mostra aí alguns profissionais. O boxe está morrendo.
R7 - Você acha que o vale-tudo está tirando lutadores do boxe?
Jofre - Já tive alunos que treinam isso. O vale-tudo é tudo marmelada, é tudo preparado. Está valendo tudo mesmo. Alguns são legais, porque é murro na cara, é sangue espirrando para tudo quanto é lado, quebrando nariz, boca.
R7 - Mas, no fim, você gosta ou não gosta?
Jofre - Não gosto pelo seguinte: eles dão chute, dão cotovelada, dão cabeçada. Você tem que lutar com categoria, com classe. É luta ou assassinato?
R7 - Por que o boxe brasileiro não é uma modalidade vencedora?
Jofre - Não tem apoio. É um esporte violento. Sempre me perguntam se o boxe não é violento. Pô, claro que é, um dá (soco) na cara do outro, mas os dois são do mesmo peso, mais ou menos da mesma idade. Tem uma igualdade. Tem juiz. O boxe é muito mais esportivo do que o caratê, o judô, o taekwondo...
Aos 74 anos, Éder Jofre ainda é lembrado como o maior pugilista brasileiro de todos os tempos e reconhece que a modalidade está em baixa no Brasil. Além disso, o campeão também acredita que a popularização do vale-tudo está ajudando a fazer o boxe “morrer”.
Bem-humorado, Jofre disse em entrevista ao R7 que ainda dá os seus socos em uma academia de São Paulo e não titubeou em afirmar que ninguém quer subir no ringue com ele, para não ser nocauteado.
R7 - Parabéns pelos 50 anos do título, Éder. Já comemorou muito a data?
Éder Jofre - Já fizemos algumas coisas. Só hoje (quarta-feira, 17) foram umas três ou quatro comemorações. Fizemos na academia, fizemos na rua, fui ao dentista e até lá lembraram.
R7 - Você esperava essa lembrança? O boxe anda tão esquecido no Brasil...
Jofre - Juro por Deus que não esperava que fosse tanta gente lembrando, tantos repórteres interessados em saber disso. Eu não esperava, meu. São tantos anos: 50 anos são meio século, né? E os caras ainda lembram e perguntam como foi, como não foi. É emocionante.
R7 - Como anda a sua vida? Pode contar a sua rotina?
Jofre - Eu levanto às 10h da manhã, tomo um cafezinho, lá pelas 2h da tarde eu almoço, umas 16h vou na academia treinar um pouco... Isso acontece de segunda, quarta e sexta. Depois, venho para casa, fico com a mulher, janto e fico vendo televisão.
R7 - Esse “treinar” é o que? Você ainda luta?
Jofre - Sim, claro. Luto boxe. Primeiro me aqueço, depois eu pulo corda, depois vou bater no saco de areia, depois no “punching ball”, depois eu faço ginástica, deitado, sentado, em pé, na prancha...
R7 - É muita disposição. Mas você também sobe no ringue?
Jofre - É que não tem ninguém para fazer comigo. Porque se tiver, cai.
R7 - Fora a imprensa, alguma autoridade lembrou deste dia e te ligou ou falou algo com você?
Jofre - Não. De autoridade, ninguém.
R7 - Porque ninguém lembra do seu nome na hora de homenagens ou de algum cargo?
Jofre - Sabe por quê? Aqui no Brasil o boxe é uma droga. Você não tem apoio, não tem incentivo. Um cara para lutar boxe aqui tem que sair do trabalho e ir para a academia treinar. Não tem nada. E você vai tirar lutador de boxe de onde? Não tem luta. Amador não ganha nada, só apanha e não ganha nada. E profissional? Me mostra aí alguns profissionais. O boxe está morrendo.
R7 - Você acha que o vale-tudo está tirando lutadores do boxe?
Jofre - Já tive alunos que treinam isso. O vale-tudo é tudo marmelada, é tudo preparado. Está valendo tudo mesmo. Alguns são legais, porque é murro na cara, é sangue espirrando para tudo quanto é lado, quebrando nariz, boca.
R7 - Mas, no fim, você gosta ou não gosta?
Jofre - Não gosto pelo seguinte: eles dão chute, dão cotovelada, dão cabeçada. Você tem que lutar com categoria, com classe. É luta ou assassinato?
R7 - Por que o boxe brasileiro não é uma modalidade vencedora?
Jofre - Não tem apoio. É um esporte violento. Sempre me perguntam se o boxe não é violento. Pô, claro que é, um dá (soco) na cara do outro, mas os dois são do mesmo peso, mais ou menos da mesma idade. Tem uma igualdade. Tem juiz. O boxe é muito mais esportivo do que o caratê, o judô, o taekwondo...
R7
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