Por Fabio Quio Takao, pesquisador e colaborador do blog:
Impecavelmente vestido, do alto dos seus 86 anos, Cândido Casalle ou Mestre Candoca concede essa entrevista exclusiva onde conta um pouco de sua trajetória que se funde com o início do Jiu Jitsu no estado de São Paulo.
Nascido em Santa Eudóxia-SP, mudou-se da fazenda onde nasceu para São Carlos onde começou a se interessar por Artes Marciais. O destino o levou ao encontro de George Gracie, o responsável pela implantação do Jiu Jitsu no estado de São Paulo. George Gracie graduou Candoca em 1961, que a partir dessa data dedicou sua vida a praticar e ensinar a mais eficiente arte marcial.
Nascido em Santa Eudóxia-SP, mudou-se da fazenda onde nasceu para São Carlos onde começou a se interessar por Artes Marciais. O destino o levou ao encontro de George Gracie, o responsável pela implantação do Jiu Jitsu no estado de São Paulo. George Gracie graduou Candoca em 1961, que a partir dessa data dedicou sua vida a praticar e ensinar a mais eficiente arte marcial.
Testemunha de uma época onde a Arte Suave era tida acima de tudo como um sistema de defesa pessoal, Mestre Candoca ensina que as novas gerações do Jiu Jitsu não podem desvirtuar essa premissa.
Fabio Quio: Quando e como o Sr. entrou no mundo das artes marciais?Mestre Candoca: Comecei na luta-livre por volta de 1942 em São Carlos-SP. Eu devia ter uns 20 anos e treinava com mais três lutadores. Num determinado treino, um deles quebrou uma costela numa queda e os treinos foram temporariamente encerrados. Passei então a praticar Judô (Meste Candoca é também faixa Preta de Judô 1º dan).
FQ: Como foi que o Sr. começou a treinar Jiu Jitsu?MC: Após uns quatro anos, me mudei para Rio Claro e comecei a treinar com João Gonçalves “Peixinho“ que era aluno do George Gracie. O George dava aulas também, mas já estava passando os alunos para o Peixinho. Treinei com eles três anos. Por volta de 1957, o George muda-se para São Carlos, inclusive, fui eu quem fez a mudança, pois eu trabalhava com caminhão e era mecânico também. Após uns dois anos, o George mudou-se novamente para Araraquara, onde abriu uma academia. Ele mantinha aulas em Araraquara, São Carlos e Jaú. Nessa época eu também havia retornado para Araraquara e continuava com as aulas.
FQ: Como eram as aulas?MC: A luta começava em pé e havia uma parte forte de defesa pessoal. Inclusive, as aulas de defesa pessoal eram tão apreciadas que havia um padre em Jaú que era aluno do George. Em Araraquara eu peguei uma grande amizade com o George. Ele tinha um DKW eu cuidava da manutenção do carro dele e dessa forma eu não pagava mais as mensalidades e ele não me pagava os consertos (risos). As minhas aulas eram individuais e ele vinha na minha casa, inclusive nessa mesma casa onde moro até hoje.
FQ: Quando o Sr começou a dar aulas?MC:Quando o George saiu de Araraquara e foi para Catanduva, eu montei minha academia e apesar do Jiu Jitsu ser muito desconhecido e o Judo estar se desenvolvendo mais, tive muitos alunos. Tanto que cheguei a ir para o Rio de Janeiro e levar quatro alunos para um campeonato lá. Conheci a academia Gracie, o Carlos, o Carlson e todos os professores.
FQ: Quando o Sr começou a dar aulas?MC:Quando o George saiu de Araraquara e foi para Catanduva, eu montei minha academia e apesar do Jiu Jitsu ser muito desconhecido e o Judo estar se desenvolvendo mais, tive muitos alunos. Tanto que cheguei a ir para o Rio de Janeiro e levar quatro alunos para um campeonato lá. Conheci a academia Gracie, o Carlos, o Carlson e todos os professores.
FQ: O Sr. Chegou a lutar Vale-Tudo?MC: O Jiu Jitsu era mais voltado para a defesa pessoal e inclusive eu sou contra o Vale-Tudo que se pratica na atualidade. Acho uma violência desnecessária e que cria uma competitividade que não é saudável. No Jiu Jitsu eu treino com o adversário, mas ele passa a ser meu amigo.
Teve um episódio em Rio Claro, na academia do João Gonçalves “Peixinho”, onde um grupo de lutas “telecatch” de São Paulo, famosos por lutas marmeladas, desafiaram os lutadores de Jiu Jitsu. Foram aos jornais e fizeram um estardalhaço, mas na verdade ele nos proporam armar lutas combinadas. O Peixinho negou e disse que nós só lutariamos de verdade. Marcaram uma luta entre o Wandão, Adhi, Peixinho e Abdalla do Jiu Jitsu contra adversários do Telecatch. Na luta do Peixinho, ele aplicou uma chave de braço num tal de Tigre, que era campeão de braço de ferro. O Tigre, mesmo com a chave encaixada, levantou o peixinho do chão e não bateu. Mas mesmo não finalizando, o Peixinho chutou muito e o Tigre acabou no hospital de Rio Claro. O Wandão pegou um lutador chamado Lobo e deu-lhe umas quatro pancadas que o fez fugir do ring. O Wandão pulou atrás e virou um tumulto. O juiz então interrompeu a luta.
Lutei em São José do Rio Preto pelo time do Nahum Rabay, que tinha poucos alunos e eu fui para representar o Jiu Jitsu. Além dessa, o George Gracie organizou uma vez em Catanduva um desafio chamado de FORÇA X TÉCNICA e os estivadores da cidade foram convidados a lutar. Eu lutei contra um carregador de sacos de uns 100 kg que chamava-se Caio. Eu vendo o tamanho dele, vi que teria que resolver logo e apliquei uma chave de pé fazendo-o desistir.
Teve um episódio em Rio Claro, na academia do João Gonçalves “Peixinho”, onde um grupo de lutas “telecatch” de São Paulo, famosos por lutas marmeladas, desafiaram os lutadores de Jiu Jitsu. Foram aos jornais e fizeram um estardalhaço, mas na verdade ele nos proporam armar lutas combinadas. O Peixinho negou e disse que nós só lutariamos de verdade. Marcaram uma luta entre o Wandão, Adhi, Peixinho e Abdalla do Jiu Jitsu contra adversários do Telecatch. Na luta do Peixinho, ele aplicou uma chave de braço num tal de Tigre, que era campeão de braço de ferro. O Tigre, mesmo com a chave encaixada, levantou o peixinho do chão e não bateu. Mas mesmo não finalizando, o Peixinho chutou muito e o Tigre acabou no hospital de Rio Claro. O Wandão pegou um lutador chamado Lobo e deu-lhe umas quatro pancadas que o fez fugir do ring. O Wandão pulou atrás e virou um tumulto. O juiz então interrompeu a luta.
Lutei em São José do Rio Preto pelo time do Nahum Rabay, que tinha poucos alunos e eu fui para representar o Jiu Jitsu. Além dessa, o George Gracie organizou uma vez em Catanduva um desafio chamado de FORÇA X TÉCNICA e os estivadores da cidade foram convidados a lutar. Eu lutei contra um carregador de sacos de uns 100 kg que chamava-se Caio. Eu vendo o tamanho dele, vi que teria que resolver logo e apliquei uma chave de pé fazendo-o desistir.
FQ: O Sr. mantém academia ainda?MC: Fechei a academia em 2006 e hoje dou aulas só para meu neto que tem 14 anos. Tive dois filhos que praticaram Jiu Jitsu e um deles, o Antonio Carlos, deu aulas em outra academia em Araraquara. Ele só parou porque sofreu um acidente de carro e teve algumas seqüelas.
FQ: E os campeonatos da época?MC: Havia poucos campeonatos e somente em São Paulo. Eu participava com meus alunos e no interior, além da minha equipe, posso citar o Borges de Campinas, o Gonçalo de Limeira, o Romeu Bertho de São Carlos e Nahum Rabay de Catanduva que eram outras escolas que se destacavam.
FQ: Que lutador o Sr. poderia citar como o maior de todos os tempos?MC: Pedro Hemetério foi um grande lutador. E claro todos os irmãos Gracie que foram fora de série. Na década de 60 eu estive fazendo um curso de mecânica no Rio de Janeiro e pude treinar na academia do Carlson Gracie e pude constatar que ele foi um fenômeno.
FQ: Como o Sr. analisa o Jiu Jitsu atual?MC: Houve uma grande expansão depois que as federações foram fundadas, porém essas mesmas federações criaram um grande problema também que é a falta de critério para graduações de faixas. Hoje, qualquer um paga as taxas e através de politicagem consegue uma graduação de faixa preta.
Irmaos sou dragao aki de batal zona norte se puderen me ajudar gostaria muito de conheser pessoalmente o mestre. 88610900.
ResponderExcluirObrigado